Bolsonaro usa suicídio de jovem para falar em “impeachment de Lula”

Diário Carioca
Jair Bolsonaro difunde texto bizarro em que cita suicídio para falar em "luz no fim do túnel" - Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores bolsonaristas atacaram a agência de influenciadores digitais Mynd8 após a morte da jovem Jéssica Canedo, que cometeu suicídio no fim do ano passado após ser vítima de fake news associando seu nome ao do humorista Whindersson Nunes.

O que você precisa saber:

  • Jair Bolsonaro divulgou um texto bizarro em que tenta estabelecer relação entre a morte de Jéssica Canedo e a agência Mynd8, sugerindo que a empresa teria sido responsável pela divulgação das fake news que levaram à morte da jovem.
  • A Mynd8 se manifestou por meio de nota, negando qualquer envolvimento com as fake news e afirmando que seus clientes são livres para publicar o conteúdo que quiserem.
  • A empresa também afirmou que seus funcionários e administradores passaram a receber ameaças e sofrer ataques digitais após os ataques de Bolsonaro e seus apoiadores.
Reprodução/Canal Jair Bolsonaro no WhatsApp
Reprodução/Canal Jair Bolsonaro no WhatsApp

Em uma publicação no WhatsApp, Bolsonaro compartilhou um texto escrito por Monica Cury, líder de um grupo de extrema direita, em que ela afirma que a Mynd8 é a responsável pela distribuição das fake news que levaram à morte de Jéssica Canedo.

O texto afirma que a Mynd8 é uma empresa “de esquerda” que “trabalha para o governo Lula” e que “alimenta o ódio contra Bolsonaro”. A autora do texto também afirma que a empresa é responsável por “controlar” perfis de fofocas nas redes sociais, que teriam sido os responsáveis por divulgar as fake news sobre Jéssica.

A Mynd8 se manifestou por meio de nota, negando qualquer envolvimento com as fake news e afirmando que seus clientes são livres para publicar o conteúdo que quiserem.

Reprodução/X Jair Bolsonaro
Reprodução/X Jair Bolsonaro

“Não somos donos de nenhum perfil de conteúdo de notícias ou relacionados. Todos os perfis agenciados são livres, totalmente independentes e têm conteúdo administrado por suas donas e seus donos. Jamais orquestramos postagens em conjunto de nenhuma forma ou criamos estratégias de cunho político para nenhum campo ideológico a não ser a divulgação de ações publicitárias contratadas pelas empresas que atendemos e ativadas pelas pessoas que agenciamos”, diz a nota da empresa.

A empresa também afirmou que seus funcionários e administradores passaram a receber ameaças e sofrer ataques digitais após os ataques de Bolsonaro e seus apoiadores.

“A Mynd está sofrendo inúmeros ataques organizados e sistemáticos de ódio, mentiras e divulgação de fake news. O alvo é nossa empresa, o time de pessoas sérias que trabalham aqui e, acima de tudo, as pessoas que agenciamos pela relevância que conquistaram no debate público na sociedade brasileira”, diz a nota da empresa.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca