Brasil assume presidência do G20 e Lula coloca combate à fome em pauta

JR Vital
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Brasil assume a presidência do G20 a partir de 1º de dezembro, com foco no combate à fome, à pobreza e à desigualdade, além do desenvolvimento sustentável e da reforma da governança global.

O que você precisa saber:

  • O Brasil assume a presidência do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, a partir de 1º de dezembro.
  • O país terá foco em três prioridades durante o mandato: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; desenvolvimento sustentável; e reforma da governança global.
  • Ao longo do ano, estão previstas mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho e forças-tarefa que compõem o G20, tanto presenciais quanto virtuais.
  • A cúpula do G20 será realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.

Desdobramento da história:

O Brasil assume a presidência do G20 pela primeira vez neste formato, já que em 2008 o país presidiu o grupo quando o evento tinha nível ministerial. A retomada do protagonismo do Brasil no cenário internacional, entretanto, reforça assuntos prioritários do governo brasileiro a serem tratados na cúpula.

Entre as prioridades do governo brasileiro para o G20 estão:

  • Combate à fome: O Brasil quer criar uma Aliança Global Contra a Fome, com o objetivo de acabar com a fome no mundo até 2030.
  • Pobreza e desigualdade: O Brasil quer promover políticas de inclusão social e econômica, com foco na redução da pobreza e da desigualdade.
  • Desenvolvimento sustentável: O Brasil quer promover o desenvolvimento sustentável, com foco na preservação do meio ambiente e na transição para uma economia de baixo carbono.
  • Reforma da governança global: O Brasil quer promover uma reforma da governança global, com o objetivo de tornar o sistema internacional mais justo e equitativo.

Para dar concretude a essas prioridades, o governo brasileiro está organizando uma série de reuniões e eventos durante o mandato da presidência do G20. Ao longo do ano, estão previstas mais de 100 reuniões dos grupos de trabalho e forças-tarefa que compõem o G20, tanto presenciais quanto virtuais. A cúpula do G20 será realizada no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.

Novidades:

Entre as novidades apresentadas pela Presidência brasileira, está o G20 Social, espaço de participação e contribuição da sociedade civil nas discussões e formulações de políticas relacionadas à Cúpula.

Nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, às vésperas da Cúpula de Líderes do G20, a Cúpula Social refletirá o conjunto de propostas debatidas pelos representantes das sociedades.

Sobre o G20:

O G20 foi fundado em 1999, após a crise financeira asiática dos Tigres Asiáticos. O fórum, na época, era para ministros das finanças e governadores dos bancos centrais discutirem questões econômicas e financeiras globais.

Entretanto, o G20 foi elevado ao nível de Chefes de Estado após a sequência da crise econômica mundial em 2007 e, em 2009, foi designado como o principal fórum de cooperação econômica internacional.

O grupo é formado por 19 países dos cinco continentes, mais a União Africana (recém-admitida) e a União Europeia, que juntos correspondem a cerca de 85% do PIB mundial e 75% do comércio internacional.

A cúpula acontece anualmente, sob a liderança de uma presidência rotativa. O G20 inicialmente se concentrou em grande parte em questões macroeconômicas amplas, mas desde então expandiu sua agenda para incluir comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e anticorrupção.

Prioridades

Lula defende que a dívida externa dos países mais pobres precisa ser equacionada. “[Não é possível que essas instituições continuem] funcionando como se nada tivesse acontecendo no mundo, como se tivesse tudo resolvido muitas vezes, instituições que emprestam dinheiro não com o objetivo de salvar o país que está tomando dinheiro emprestado, mas para pagar dívida, não para produzir um ativo produtivo, em uma demonstração de que não há contribuição para salvar a vida dos países”, disse, citando a dívida da Argentina com o FMI e o endividamento de países africanos que chega a US$ 800 bilhões.

“Se não houver rediscussão de como fazer financiamento para os países pobres, a gente não vai ter solução, os ricos vão continuar ricos, os pobres para vão continuar pobres e quem tá com fome vai continuar com fome”, afirmou.

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Por JR Vital
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JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.