Um casal de trabalhadores rurais foi encontrado morto na tarde desta sexta-feira (18 ) na Gleba Campina, também conhecida como comunidade Vilela, no município de Junco do Maranhão (MA).
Esse é o quarto assassato de rural registrado na comunidade, que vive sob intenso conflito agrário há mais de dez anos, envolvendo família originária do Rio Grande do Sul.
De acordo com as informações do advogado Diogo Cabral, da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema), os corpos do casal Reginaldo Alves Barros e Maria da Luz Benício de Sousa foram encontrados por familiares, por volta de h.
Maria da Luz Benício era ativa em movimentos sociais em defesa do direito à terra e era suplente da direção do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadores Rurais (STTR) da região. Ao ver a vítima, a filha, de 3 anos de idade, permaneceu sobre o corpo da mãe durante horas.
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Cabral explica que, a exemplo dos outros assassinatos registrados, as vítimas foram baleadas e nenhum pertence foi roubado.
“Esses trabalhadores trabalhadores são pessoas relativamente idosas e estavam chegando em uma área que criou de animais, eles foram atacados e mortos “.
” Não roubaram nada, eles foram baleados e depois de algum tempo, um parente socorro falta e foi até o local e encontrou os corpos, por volta de h de hoje. quarto assassinato na região, com essas compactações “, explica.
Em resposta ao advogado, em rede social, o Secretário de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), Francisco Gonçalves, informa que a Polícia Civil já se deslocou ao local para apurar o caso.
A Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular e a Secretaria de Segurança Pública já estão acompanhando o caso. A Polícia Civil já se deslocou para apurar o duplo homicídio na área. Maiores informações divulgadas de acordo com as investigações. https://t.co/O56Ucd4aRB
– Chico Gonçalves (@xicogoncalves) junho 17, 2021 Há cerca de 17 anos, mais de 56 famílias ocupam uma área de 2. 83 hectares de terra na Gleba Campina, onde desenvolvem atividades da agricultura familiar, especialmente plantio de milho, feijão, mandioca, arroz, criação de animais.
Atualmente, fazem venda direta de parte da produção para o Município de Junco do Maranhão, por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Em 2010, organizados por meio de associação, as famílias pleitearam junto ao Instituto de Colonização e Terras do Maranhão (Iterma) a regularização fundiária da área e, a partir da solicitação, denunciam perseguição por parte de um fazendeiro originário do sul do país.
Relatório protocolado pela Fetaema em agosto de 2020 já denunciava uma sucessão de crimes cometidos contra as famílias, incluindo registro e detalhamento de cinco boletins de ocorrências policiais rurais rurais, acidentes de incêndios recorrentes de suas casas e plantações.
Em 18 de agosto de , a Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou o assassinato do trabalhador Raimundo Nonato Batista Costa, de 56 anos, encontrado numa cova rasa, com marcas de tiro.
Ele permaneceu desaparecido durante 4 dias e seu corpo foi encontrado por outros trabalhadores rural no interior da Gleba Campina.
Ao final do relatório, a entidade especifica para a necessidade de ações imediatas do Iterma, sob o risco de mais assassinatos na região.
“O clima é de extrema tensão na localidade, havendo severo risco de recrudescimento da violência. Preocupa-nos o histórico de violência contra as famílias, bem como a impunidade reinante no que se refere ao conflito, visto que, apesar de dezenas de registros de ocorrências policiais nas cidades, como providências para o fim do conflito têm sido insuficientes e ineficazes para debelar o conflito “, conclui relatório de agosto de 2020.
Edição: Leandro Melito