O cigarro foi o maior alvo de contrabando no Brasil no ano passado. O crime foi um dos responsáveis pelos R$ 146 bilhões que o país deixou de arrecadar em 2017. A informação foi apresentada pelo presidente executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), Edson Vismona, durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (09/03) pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com Vismona, os cigarros representaram 67,44% dos produtos ilegais apreendidos no país em 2017. No ano passado, 48% dos cigarros consumidos no Brasil foram fruto de contrabando. “Esses itens vêm principalmente do Paraguai, devido aos impostos baixíssimos do país, que favorecem a produção. Dos 67 bilhões de cigarros que o Paraguai produz anualmente, apenas 2 bilhões são consumidos pelos próprios habitantes. O resto é exportado e, muitas vezes, contrabandeado”, afirmou.
Perdas com sonegação
A estimativa do ETCO é de que a sonegação de impostos causou a perda de pelo menos R$ 46 bilhões que seriam arrecadados em 2017. Desse número, pelo menos R$ 9 bilhões foram perdidos por conta dos cigarros comercializados no país ilegalmente. Os outros produtos campeões de perdas de arrecadação por conta de sonegação e contrabando foram roupas e medicamentos.
O deputado Paulo Ramos (PDT), integrante da Comissão de Segurança, afirmou que irá propor o debate do tema no Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégio do Estado do Rio. “No Fórum poderemos aprofundar esse debate, ao envolver mais entidades empresariais e fiscalizadoras do crime na discussão. Não podemos deixar que nosso país continue sofrendo tantas perdas financeiras por conta do comércio irregular de produtos ilegais”, declarou.
Também estiveram presentes na audiência o deputado Luiz Paulo (PSDB), Natan Schiper, representante da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), Tatiana Abranches, representante da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan-RJ), o delegado Celso Ribeiro, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), e José Roberto Lima, Superintendente Regional da Polícia Rodoviária Federal.