CPI dos Transportes ouve reclamações de usuários de Bilhete Único

Diário Carioca

Muitas filas e usuários do Bilhete Único insatisfeitos por serem obrigados a ir a lojas para desbloquear um cartão, e também pela cobrança da taxa de R$ 25,20 por uma segunda via. Este foi o cenário encontrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga irregularidades da gestão pública dos transportes, durante diligência realizada nesta terça-feira (05/06), na loja do RioCard, localizada no subsolo da Central do Brasil.

A analista de departamento pessoal Uilda Rodrigues enfrentou 40 minutos de fila para desbloquear um cartão. Segundo ela, até o ano passado esses problemas eram resolvidos pelo site. “Hoje, quando tenho qualquer problema, sou obrigada a vir até a loja para resolver e nunca sou atendida rapidamente. Também acho um absurdo ter que desembolsar mais R$16,70 pelo frete para receber o cartão em casa. Mas não tem jeito, não tenho como vir aqui novamente e foi preciso pagar”, lamentou Uilda.

Já a auxiliar de serviços gerais Lindalva Oliveira Lima sequer conseguiu ser atendida. Ela trabalha para uma empresa com sede em Brasília, e de lá são feitos os depósitos com o valor de seu transporte mensal em seu bilhete. “Esse mês o depósito não consta no meu cartão. Vim aqui para tentar resolver isso, mas nem pude entrar na fila, porque me pediram o comprovante da empresa, e ele não fica comigo. A empresa já me provou que fez o depósito, mas não foi computado. Agora vou ter que conseguir esse documento para voltar aqui e conseguir que me atendam no guichê. Enquanto isso, estou gastando dinheiro do meu bolso”, reclamou.

O vice-presidente da CPI, deputado Gilberto Palmares (PT), considerou os relatos “verdadeiras agressões aos direitos do consumidor”. “Os preços cobrados são abusivos e as condições de atendimento aos usuários, muito ruins. Essa visita certamente será objeto de denúncia ao Ministério Público “, disse o parlamentar. O deputado Nivaldo Mulim (PR) defendeu a fixação de cartazes informando onde os usuários podem reclamar do atendimento recebido na loja.

Já o presidente da CPI, deputado Eliomar Coelho (PSol), disse que a visita deixou claro o modo perverso como a população que depende do transporte público têm sido tratada. “O trabalhador tem que ser tratado como um cidadão e não é isso que vemos acontecendo. A CPI vai propor mudanças para que haja melhorias para os usuários’, afirmou Eliomar.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca