No palanque montado neste domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou temas delicados que havia optado por não discutir anteriormente com a Polícia Federal na última quinta-feira (22).
Enquanto permaneceu em silêncio diante dos investigadores, Bolsonaro escolheu fornecer esclarecimentos rodeado por seus apoiadores durante um evento na Avenida Paulista. Entre os tópicos abordados estavam as acusações de envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Durante a manifestação, Bolsonaro admitiu a existência da chamada “minuta do golpe”, minimizando sua importância ao afirmar que o documento propunha a implementação do estado de sítio após as eleições de 2022. O ex-presidente argumentou que tal mecanismo está previsto na Constituição Federal e não caracteriza um golpe. Ele questionou se a utilização da Constituição para tal propósito deveria ser rotulada como golpe.
O que você precisa saber:
- Bolsonaro esclarece acusações sobre “minuta do golpe” em evento na Avenida Paulista.
- Ex-presidente defende a legalidade da proposta de estado de sítio prevista na Constituição Federal.
- Investigação no STF sobre participação em atos antidemocráticos de 2023 continua.
Declaração sobre Estado de Sítio: Bolsonaro, diante de seus apoiadores, reconheceu a existência da “minuta do golpe” e abordou a proposta de estado de sítio. Destacou que, segundo o documento, tal medida ocorreria após as eleições de 2022, ressaltando sua conformidade com a Constituição e negando qualquer intento golpista.
Investigação em Curso: O ex-presidente permanece sob investigação no STF por sua suposta participação na trama que resultou em atos antidemocráticos em 2023. Seu discurso deste domingo pode ser interpretado como uma evidência de seu conhecimento sobre os acontecimentos.
Implicações na Justiça Eleitoral: Além das questões sobre a suposta “minuta do golpe”, Bolsonaro cometeu outro deslize durante o evento. Ao mencionar que as imagens da multidão na Avenida Paulista “vão circular pelo mundo” e fazer referência às eleições municipais de 2024, levanta questionamentos sobre possível campanha antecipada, o que é proibido pela legislação eleitoral.
Risco de Violção Eleitoral: A presença de pré-candidatos ao redor de Bolsonaro durante o evento levanta a possibilidade de violação eleitoral caso as imagens sejam utilizadas em campanhas. Embora a penalidade prevista seja o pagamento de multa, a dimensão do evento e a exposição internacional podem trazer implicações significativas.