Por causa das longas e demoradas filas nas eleições gerais deste domingo, 2, a votação no Estado do Rio deverá ser completamente encerrada somente por voltas das 20 horas, estimou há pouco o presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton Leme. Encerrada a votação, a estimativa é que os resultados finais sejam transmitidos rapidamente, em menos de uma hora. De acordo com o presidente do TRE-RJ, o atraso não é inédito no Rio. Em outras eleições, já houve votação até 21 horas.
Por causa dos atrasos, o TRE-RJ começou a transmissão de resultados pelas cidades do interior fluminense. Pouco antes das 19 horas, quando Leme começou a fazer um balanço sobre o dia de votação, em entrevista coletiva, ainda não havia transmissão de resultados das seções eleitorais da capital. A transmissão dos resultados da capital fluminense começou enquanto o desembargador fazia o balanço, pouco após as 19 horas.
“Esperávamos mais rapidez”, disse Leme. Segundo ele, um “concurso de fatores” provocou os atrasos. As principais causas da espera nos locais de votação, reafirmou o desembargador, foram o elevado comparecimento de eleitores, a validação da biometria e a dificuldade de algumas pessoas na hora de votar em cinco candidatos em sequência.
No caso da validação da biometria, o TRE-RJ aproveitou a ida dos cidadãos às urnas para incorporar ao cadastro eleitoral informações já coletadas por outros serviços oficiais de identificação, como o Detran, órgão estadual que já responde pela emissão de carteiras de identidade no Rio.
Autoridades do TER-RJ já esperavam mais atrasos, porque a validação da biometria poderia aumentar um pouco o tempo de mobilização do eleitor na seção de votação. O tribunal calculou tempo médio de 10 segundos para o procedimento, que inclui até quatro tentativas de validação das impressões digitais. A validação da biometria fez diferença na demora para votar porque foram aproveitados dados de 1,8 milhão de eleitores. Com isso, 56% do eleitorado fluminense já tem os dados biométricos em seu cadastro eleitoral.
Embora alguma demora fosse esperada, Leme afirmou que há lições a tirar do episódio. “Precisamos investir mais no treinamento dos mesários. Percebemos que, na sistemática de trabalho, algumas zonas funcionaram muito melhor do que outras”, disse o desembargador.
Apesar dos atrasos, Leme destacou que as 43 ocorrências registradas pelo TRE-RJ foram “episódios isolados”. “A grande maioria envolveu boca de urna. Não houve qualquer ação violenta”, afirmou o desembargador
Estadão Conteúdo