Em uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira, os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Fábio Contarato (PT-ES) protagonizaram um intenso debate sobre um projeto de lei referente às cotas raciais para concursos públicos. O embate incluiu críticas ao Ministério da Igualdade Racial e acusações de racismo estrutural.
Durante a discussão, o senador Flávio Bolsonaro criticou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, por uma proposta que sugere priorizar certos grupos no auxílio emergencial do governo durante uma catástrofe no Rio Grande do Sul. Segundo Bolsonaro, a medida seria inadequada pois “a tragédia não escolhe cor da pele”. Ele expressou frustração com a política, questionando se a mesma excluía os indivíduos brancos e pobres, chegando a usar um palavrão, que foi prontamente repreendido pelo presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), que solicitou a remoção do termo das notas oficiais.
O que você precisa saber:
- Flávio Bolsonaro criticou uma proposta de priorização racial em ações emergenciais.
- Fábio Contarato acusou Bolsonaro de negar o racismo estrutural e recomendou que ele estudasse história.
- O presidente da CCJ, Davi Alcolumbre, interveio pedindo que um palavrão fosse retirado das notas oficiais.
Intensificação do Debate
Respondendo a Flávio, o senador Fábio Contarato condenou a postura do colega, acusando-o de ignorância sobre a história do racismo no Brasil. Contarato defendeu a existência de racismo ambiental e estrutural no país, enfatizando que “é simples para nós, senador, quando o Estado criminaliza a pobreza e a cor da pele”. Ele aproveitou para sugerir que Flávio estudasse mais sobre a realidade histórica e social do Brasil.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, zombou do conceito de racismo ambiental e provocou Contarato para que enfrentasse a realidade, ampliando a tensão entre os dois.
Reações e Consequências
A sessão foi marcada por trocas de acusações e demonstrou as profundas divisões ideológicas sobre políticas raciais no Brasil. Esse evento destaca a contínua luta no legislativo sobre como abordar a desigualdade racial e a distribuição de recursos em situações de emergência.