As investigações do STF sobre a milícia digital ligada a Bolsonaro apontam que o grupo atuou de forma organizada para minar as instituições democráticas.
Entre outras coisas, a milícia é suspeita de ter incitado a depredação das sedes do STF, do Congresso e do Palácio do Planalto nos atos do dia 8 de janeiro.
Atos golpistas do 8 de janeiro
No dia 8 de janeiro de 2023, manifestantes golpistas se reuniram em frente ao Palácio do Planalto para pressionar Bolsonaro a não aceitar a derrota nas eleições. Os manifestantes tentaram invadir o Palácio, mas foram impedidos pela polícia.
Investigações sobre a milícia digital
O STF investiga uma suposta milícia digital ligada a Bolsonaro há cerca de dois anos. O grupo é suspeito de ter alimentado uma rede de desinformação, espalhando boatos, notícias falsas e incentivando ataques a políticos, juízes e adversários através das redes sociais.
Salomão Vieira, um dos suspeitos
O cantor gospel Salomão Vieira é um dos suspeitos de ser um dos organizadores dos ataques de oito de janeiro. A Polícia Federal (PF) prendeu no mês passado no Paraguai três manifestantes que também eram procurados, mas não encontrou Vieira.
Segundo as investigações, Vieira pedia doações que eram usadas para manter os acampamentos em frente aos quartéis do Exército, especialmente o de Brasília. A PF trabalha com a informação de que, nessa época, ele movimentou 2 milhões de reais em suas contas.
Rivaldo e Rafaella Santos, dois dos suspeitos de terem colaborado com a milícia
Dois dos suspeitos de terem colaborado com a milícia digital são pessoas conhecidas do mundo do esporte. Um deles é Rivaldo, ex-jogador da seleção brasileira de futebol. A outra é Rafaella Santos, irmã do atacante Neymar.
Segundo um dos integrantes das tais milícias digitais, Salomão Vieira teria contado a ele a identidade de alguns de seus doadores. Rivaldo, segundo Salomão, teria colaborado com 50 mil reais. Já Rafaella também teria colaborado, mas não foi revelado com qual valor.
O que dizem os acusados
O advogado de Salomão Vieira, Érico Della Gatta, informou que o seu cliente é inocente e que não pode falar sobre detalhes do caso, que está sob segredo de Justiça.
A assessoria de Rafaella Santos informou que ela não conhece nem fez qualquer repasse de recursos a Salomão e que o envolvimento de seu nome é leviandade ou fraude.
Rivaldo, por sua vez, afirmou através de seu advogado, que fez sim duas doações em novembro do ano passado a pedido do cantor gospel, mas que, somadas, não ultrapassam 2 mil reais. Os repasses, segundo ele, tinham a finalidade de comprar mantimentos para “pessoas carentes da igreja”.
As investigações sobre a milícia digital ligada a Bolsonaro ainda estão em andamento. No entanto, o caso reacendeu o debate sobre a ameaça à democracia no Brasil
As informações são da Revista Veja