Israel X Hamas: quem são os parlamentares mais envolvidos na disputa no Congresso Nacional

Diário Carioca
Vista de um prédio parcialmente destruído após os ataques israelenses em Deir al-Balah, Gaza, em 1º de fevereiro de 2024. [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

O conflito entre Israel e o grupo palestino Hamás tem repercutido também no Congresso Nacional. Segundo levantamento do Ranking dos Políticos, a maioria dos requerimentos apresentados por deputados e senadores nas comissões que tratam de assuntos relacionados ao conflito foi pró-Israel.

Na Câmara dos Deputados, o principal partido de oposição, o Partido Liberal (PL), foi responsável por protocolar 16 requerimentos. Um deles é de autoria do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ), que pede a criação de um plano para garantir a segurança de sinagogas no Brasil. A proposta tem como objetivo “preservar a segurança dos templos judaicos no país e, assim, garantir o direito à liberdade e ao culto religioso nas sinagogas”, de acordo com o documento.

Pazuello cita ainda como um dos principais riscos uma solicitação feita por Khaled Mashal, um dos fundadores do grupo Hamas, para que muçulmanos do mundo todo iniciem uma “jihad” (termo para uma “guerra santa”) contra judeus. O deputado ressalta a importância de garantir a segurança das sinagogas diante dessa ameaça.

Já o PT, partido de esquerda, não apresentou requerimentos sobre o assunto nas comissões da Câmara. O único partido de esquerda a se manifestar por meio de requerimentos nos colegiados foi o PSOL. A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) protocolou um requerimento na Comissão de Relações Exteriores, pedindo a aprovação de uma moção de solidariedade “às vítimas do conflito israelense-palestino, pela autodeterminação do povo palestino e em defesa da paz”. O documento ainda aguarda análise do colegiado.

Os partidos Patriota e Novo também protocolaram um requerimento cada um nas comissões da Câmara. O primeiro pede que seja aprovada uma moção de louvor à Força Aérea Brasileira (FAB) pela operação de resgate de brasileiros em Israel e na Faixa de Gaza. Já o pedido apresentado pelo Novo trata de uma moção de solidariedade “ao povo de Israel face aos ataques cometidos pelo grupo terrorista Hamas”.

No Senado Federal, quatro requerimentos foram apresentados. Apenas um deles foi aprovado até o momento. Ele diz respeito a um convite para que o chefe da Assessoria Especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Celso Amorim, preste esclarecimentos sobre o assunto na Comissão de Relações Exteriores.

Entre os requerimentos não analisados, dois foram propostos pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE). O parlamentar pediu para que dois ministros do governo Lula compareçam à Comissão de Segurança Pública na condição de convidados. São eles:

– Silvio Almeida (Direitos Humanos) – o requerimento pede que o ministro esclareça o posicionamento do Ministério, uma vez que a pasta não emitiu manifestações a respeito do conflito;

– Alexandre Padilha (Relações Institucionais) – o requerimento solicita que o ministro se manifeste sobre ter recebido, em seu gabinete, no Palácio do Planalto, um apoiador do grupo extremista Hamas.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou que não existem justificativas para o ataque do grupo islâmico Hamas contra Israel. Segundo Pacheco, é urgente que a comunidade internacional se esforce em favor da paz entre palestinos e israelenses. “Não podemos fechar os olhos para a violação de princípios fundamentais”, escreveu o parlamentar em uma rede social.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG) organizou uma comitiva de parlamentares para Tel Aviv. O grupo foi formado pelo senador Giordano (MDB-SP) e os deputados federais Sargento Gonçalves (PL-RN) e Carla Zambelli (PL-SP).

No plenário da Câmara dos Deputados, em 10 de outubro, foram aprovadas, por 312 votos, 14 moções de repúdio aos ataques feitos pelo grupo Hamas contra Israel. Não houve votos contrários. Uma das moções, porém, também repudiava a violência de Israel contra o povo palestino, e foi apresentada pelo PT. Após a votação, deputados da oposição se deram conta do conteúdo do requerimento protocolado pelo PT e aprovado pelo plenário, e passaram a defender a anulação da votação, o que não aconteceu.

No mesmo dia, o plenário do Senado também aprovou uma moção de repúdio ao ataque do Hamas contra Israel em votação simbólica, ou seja, sem registro individual dos votos.

Sobre o Ranking dos Políticos

O Ranking dos Políticos é uma organização apartidária que busca promover a transparência e a responsabilidade na política brasileira. A iniciativa avalia o desempenho dos parlamentares com base em critérios como presença nas sessões, gastos com a cota parlamentar, processos judiciais, qualidade legislativa e compromisso com a redução de privilégios. O Ranking dos Políticos foi fundado em 2016 por Alexandre Ostrowiecki, empresário e ex-presidente do Instituto Israelita de São Paulo, e é mantido por meio de doações de pessoas físicas. Mais informações em: www.politicos.org.br

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca