Ao participar da cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, neste domingo (23), em São Bernardo do Campo (SP), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu compromisso com a geração de emprego e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros.
“Nós precisamos recuperar o Brasil. Cuidar de geração de emprego e voltar a fazer com que a massa salarial cresça e o salário mínimo aumente todo ano acima da inflação, de acordo com o crescimento do PIB”, afirmou, ao lado de ministros, de sindicalistas e da primeira-dama, Janja Lula da Silva. Este ano, o salário mínimo teve o primeiro aumento real em seis anos e a proposta de política de valorização anual dos salários, com base na variação do PIB e da inflação, já foi enviada em maio para apreciação do Congresso.
As medidas econômicas adotadas em sua gestão já têm contribuído, segundo o presidente, para a queda no preço de itens importantes no cotidiano do brasileiro. “Vocês perceberam que a comida está baixando. Vocês perceberam que a carne está baixando. E vocês perceberam que a gente vai voltar a poder comprar mais, a consumir um pouco mais, pois é para isso que a gente nasce. A gente nasce não é para sofrer. Nós precisamos melhorar a vida das pessoas e a vida das pessoas se melhora com emprego e salário de qualidade”, afirmou.
MULHERES – A uma plateia de sindicalistas e convidados, Lula lembrou que sancionou a Lei nº 14.611, que determina igualdade salarial entre homens e mulheres, no início do mês. “A mulher não quer ser mais tratada como se fosse cidadã de segunda categoria. A mulher tem que ser tratada como sujeito da história e está onde quiser e faz o que quiser e participa do que quiser. É esse mundo que nós queremos construir”, disse.
DESIGUALDADE – O presidente Lula reafirmou, ainda, que pretende começar uma campanha mundial contra a desigualdade no mundo, e que já conversou com isso inclusive com o Papa Francisco, com quem esteve recentemente, no Vaticano.
“É necessário acabar com a desigualdade no mundo. Desigualdade racial, de gênero, de salário, de roupa, de educação, de saúde. Nós nascemos e temos o direto de viver nossa vida dignamente e decentemente. E é isso que quero garantir para vocês, acreditem. Esse país vai voltar a ser o país do amor, da esperança. E não pais do ódio e da mentira”, afirmou.
SEGURANÇA ALIMENTAR – Lulaabordou também o compromisso de trabalhar para reduzir os números alarmantes de pessoas que estão em insegurança alimentar no Brasil e no mundo.
“Não tem explicação você ter 735 milhões de seres humanos passando fome no mundo. Não tem explicação que esse país tenha 33 milhões de pessoas passando fome. Um país que acaba de bater recorde na produção de grãos, o país que é o primeiro produtor de carne do mundo. Por que a gente tem que ver as pessoas nas filas do osso? O meu compromisso não é com os banqueiros, não é com os empresários. O meu compromisso é com o povo trabalhador”, afirmou.
MOVIMENTO SINDICAL – Para o público presente, Lula ressaltou a força do movimento sindical, que ajudou a derrotar o regime militar, a consolidar direitos trabalhistas e a criar um partido político.
“Sindicatos como o dos metalúrgicos do ABC, dos bancários do ABC, junto com metalúrgicos de outras cidades são, na verdade, os que simbolizam a luta histórica neste país: são os sindicatos que fizeram as primeiras greves, ajudaram a derrotar o regime militar, e são aos sindicatos que ajudaram a criar um partido político e fazer algo impossível até então: fazer um metalúrgico saído daqui ser presidente da República”, disse. O evento festivo em São Bernardo do Campo terminou com um show da cantora Maria Rita, que também foi acompanhado pelo presidente.
Moisés Selerges será o 14º presidente a comandar a entidade. Lula foi o presidente em 1975 e 1978. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC Paulista foi criado em 1933. Em 1959, com a instalação da indústria automobilística na região, a entidade se desmembrou, dando lugar ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema, que atuou como organização-irmã do originário Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, até a reunificação em 1993.