O tenente-coronel Mauro Cid ficou em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro. O depoimento dele foi nesta terça-feira (11).
Na abertura, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que existem pelo menos oito investigações na Justiça contra ele. Por isso, usaria o direito garantido pela ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmén Lúcia, de não responder perguntas que possam incriminá-lo.
Depois, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, começou o interrogatório com perguntas sobre a inserção de dados falsos no cartão de vacina dele e de familiares. O militar, no entanto, ficou em silêncio.
E essa resposta foi repetida várias outras vezes. Mauro Cid foi questionado sobre o cartão de vacina de Bolsonaro; pagamentos em dinheiro vivo a familiares do ex-presidente; diálogos de teor golpista no celular dele; e visitas ao militar na prisão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e do ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten. Em todas, o militar preferiu o silêncio.
Antes da oitiva, os parlamentares, após forte discussão, aprovaram em bloco requerimentos de quebras de sigilos e compartilhamento de documentos. Pelo acordo dos parlamentares, novas convocações não foram votadas.