Mourão defende Carlos Bolsonaro, mas o chama de “incompetente” e “incapaz”

Diário Carioca
Hamilton Mourão e Carlos Bolsonaro - Foto: Reprodução

O senador Hamilton Mourão (Republicanos), ex-vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL), defendeu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) em meio a uma operação da Polícia Federal. Mourão, no entanto, questionou a capacidade de Carlos para criar uma “Abin paralela”, como acusa Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

“Não tenho conhecimento disso, por outro lado julgo que o Carlos não tem competência e capacidade para isso”, disse Mourão em entrevista à coluna de Guilherme Amado no Metrópoles.

O que você precisa saber:

  • Mourão defendeu Carlos Bolsonaro, mas o chamou de “incompetente” e “incapaz”.
  • Bebianno acusou Carlos de propor a criação de uma “Abin paralela”.
  • A operação da PF investiga o uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro.

As acusações de Bebianno

Bebianno, em uma entrevista anterior ao programa Roda Viva, relatou um episódio em que Carlos teria proposto a formação de uma equipe de inteligência alternativa, por desconfiar da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ex-ministro destacou a preocupação do então ministro do GSI, general Heleno, com a proposta, alertando sobre possíveis consequências políticas graves, incluindo impeachment.

“Um belo dia o Carlos me aparece com um nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno [então ministro do GSI, a quem a Abin é subordinada] foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas Heleno não é de confronto”, afirmou.

“A conversa acabou comigo e com o Santos Cruz [então ministro da Secretaria de Governo]. Aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma. Muito pior que o gabinete de ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Depois eu saí, não sei se isso foi instalado ou não”.

A operação da PF

A operação da Polícia Federal que teve Carlos Bolsonaro como um dos alvos investiga o uso ilegal da Abin durante o governo Bolsonaro, sob a direção de Alexandre Ramagem. Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, é alvo da operação, que busca evidências de espionagem ilegal contra ministros do STF e governadores.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Bolsonaro, em sua casa na Barra da Tijuca (RJ), em seu comitê na cidade do Rio de Janeiro e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca