No Rio, mutirão fortalece a agroecologia e distribui alimentos saudáveis

Diário Carioca

Durante a pandemia da covid-19, a vulnerabilidade social aumentou. A demora do governo federal em efetuar o pagamento do auxílio emergencial aliada à burocracia para obter o benefício fez com que muitos brasileiros dependessem da solidariedade para sobreviver. O Mutirão Solidário do Centro de Ação Comunitária (Cedac), no Rio de Janeiro, é uma das iniciativas que têm contribuído para combater a fome e levar um pouco de esperança para quem precisa no Rio de Janeiro. 

::Guedes anuncia que auxílio emergencial será cortado pela metade e acaba em dois meses::

A ação social possui três frentes: a distribuição de cestas básicas com alimentos agroecológicos e produtos de higiene; o fornecimento de insumos para instituições que oferecem refeição para população em situação de rua; e a compra de alimentos de pequenos agricultores que estão com dificuldade para escoar a produção neste momento. Atualmente, oito pessoas são responsáveis por organizar diretamente o mutirão que atende favelas da cidade do Rio de Janeiro e cinco municípios da Baixada Fluminense. 

::Com ausência do governo, movimentos sociais criam campanhas para ajudar favelas::

De acordo com Rosa Alvarenga, coordenadora do Cedac, organização que atua há 41 anos na área da educação popular e da cidadania, o diferencial do mutirão está em fortalecer a agroecologia e, consequentemente, levar alimentos de qualidade para os mais necessitados. 

“Estamos falando realmente de comida de verdade, que vem dos quintais do campo e cidade, que conhecemos quem plantou, quem colheu. É o alimento que verdadeiramente vai melhorar a imunidade desses vulneráveis. Agroecologia é muito mais do que plantar e colher sem agrotóxico, ela é uma proposta de bem viver”, explicou. 

Escambo

Os alimentos orgânicos são comprados de produtores da agricultura familiar do estado do Rio. A iniciativa despertou também a solidariedade de pequenos camponeses que encontram na troca solidária uma forma de ajudar e ser ajudado durante a crise. 

::”Nos arriscamos porque o Estado é ausente”, diz morador de favela sobre protestos::

Miriam Firmino é agricultora do Assentamento Terra Prometida, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A trabalhadora vende uma parte da sua produção de aipim, cana-de- açúcar e frutas para o Cedac compor as cestas básicas e a outra metade ela troca por produtos de mercado.

“A proposta que eu fiz para o Cedac é que eles têm a doação do supermercado, então, a gente, como têm da agricultura familiar, troca os nossos alimentos pelos que vêm do mercado”, contou a trabalhadora que percorre, de bicicleta ou carrinho de mão, todo o assentamento arrecadando alimentos para a troca solidária. 

Um viés do MUTIRÃO SOLIDÁRIO CEDAC tem sido o das trocas solidárias. Um exemplo bonito é o da Miriam, do Assentamento Terra Prometida, que roda a vizinhança com seu carrinho de mão ou bicicleta, trocando produtos de mercado por produtos da agricultura familiar.

Posted by CEDAC – Centro de Ação Comunitária on Sunday, May 31, 2020

Como ajudar?

A campanha Mutirão Solidário começou no início da pandemia e conta com o apoio da sociedade para manter-se pelos próximos meses. Ao todo, a ação já distribuiu mais de 20 toneladas de alimentos para 39 comunidades da capital e Baixada Fluminense, além de 4.604 refeições e 1210 máscaras descartáveis entregues à população em situação de rua. Outras 791 máscaras de tecido foram fornecidas aos pequenos agricultores e moradores de periferia.  

A organização depende de doações financeiras para manter o trabalho social. Para quem quiser apoiar a iniciativa, as contribuições podem ser depositadas na conta do Cedac: 

Banco Bradesco 


Agência 0814


Conta Corrente: 75027-1 


CNPJ: 30.479.869.0001-21

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Raquel Júnia e Mariana Pitasse


Share This Article
Follow:
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca