A CUT-RS distribuiu cestas básicas de alimentos orgânicos produzidos pela agricultura familiar para moradores do Quilombo do Machado, na zona norte de Porto Alegre, nesta quarta-feira (10).
Segundo o líder comunitário e integrante da Frente Quilombola do Rio Grande do Sul, Luiz Rogério Machado, o Jamaica, as doações chegam em boa hora, uma vez que mais de 75% dos moradores estão sem emprego formal, desempregados ou sobrevivem de bicos.
“A situação já estava complicada antes da pandemia. Muita gente perdeu a pouca renda que tinha e, por isso, essas doações que estão chegando à comunidade são super importantes. O pessoal da periferia, os indígenas e os quilombolas são os que mais sofrem com a pandemia. Quem deveria estar olhando por nós não está fazendo nada”, destacou Jamaica.
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O secretário-geral do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (SindiSerf-RS), Marizar de Melo, destacou a parceria da entidade com a CUT-RS e a importância de os funcionários públicos ajudarem a população da periferia enquanto a crise sanitária durar.
“Resolvi vir pessoalmente entregar essas doações e conferir um pouco da realidade da população quilombola gaúcha. Estamos juntos nesta campanha solidária e pretendemos não só doar alimentos, mas também trazer máscaras de proteção para os moradores”, frisou Marizar.
Solidariedade para quem mais perdeu renda na pandemia
Houve também entrega de doações de cestas e máscaras de proteção nos bairros Humaitá, Partenon, Glória e na Vila Cruzeiro, incluindo a Pastoral do Menor, o Centro de Reciclagem As Anitas – Mulheres na Luta e a Associação Caminho das Águas.
A campanha de solidariedade é realizada, desde o início de abril, em parceria com Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro-RS), Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS Sindical), Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro-RS), Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramentos, Perícias, Informações e Pesquisas (Semapi-RS) e Sindiserf-RS, com a finalidade de auxiliar as famílias mais expostas durante a pandemia.
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Os alimentos são produzidos pela Rede Coop, que reúne 24 cooperativas da agricultura familiar em vários municípios do estado. O transporte é feito pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas (Coomafitt), que prepara as cestas e faz a entrega nas entidades sindicais.
“Neste momento de pandemia, só a solidariedade pode levar alento a dezenas de famílias em situação de vulnerabilidade social. Bolsonaro esconde os números de casos de covid-19 e está se lixando para quem passa fome no Brasil”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
* Com informações da CUT-RS
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Raquel Júnia e Marcelo Ferreira