O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista para a CBN Recife e a um grupo de rádios pernambucanas nesta terça, 30 de janeiro, no Palácio da Alvorada. Durante a conversa conduzida pelo jornalista Elielson Lima, Lula abordou a retomada das obras estruturantes no país com o Novo PAC, as perspectivas de geração de emprego e renda com investimentos e recuperação salarial, o resgate da imagem do Brasil no exterior e o lançamento do Pé-de-Meia, que prevê uma bolsa de permanência no ensino médio para 2,5 milhões de alunos de baixa renda, com o objetivo de reduzir taxas de evasão escolar.
De acordo com o presidente, a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, é um marco simbólico da autonomia brasileira na geração de energia. A unidade tem faturamento estimado em R$100 milhões por ano e projeção de cerca de 30 mil empregos diretos.
“A paralisia da Abreu e Lima foi um crime contra a economia brasileira, contra a economia de Pernambuco e contra a independência de combustível do Brasil. Aquela refinaria era um sonho. O que é importante é que vai ajudar a distribuição de riqueza naquele estado, em todas as cidades vizinhas. Eu fiquei emocionado e mais emocionado ainda estavam os trabalhadores”, disse.
Entre as inaugurações previstas para 2024, o presidente destacou a entrega do novo bloco de produção da Hemobrás, na cidade de Goiana (PE). “A última informação que tenho é que possivelmente em março eu irei lá para inaugurar a Hemobrás. São 23 anos para que a obra pudesse ser concretizada. Começou no meu governo, ficou paralisada por muito tempo e agora vai ser finalizada no meu Governo”, disse o presidente.
Lula lembrou que o PAC tem previsão de investimento de R$ 47 bilhões em Pernambuco, entre obras exclusivas dentro do estado e outras compartilhadas com estados vizinhos. “Isso é a possibilidade de uma geração de riqueza, de salário, de melhoria da qualidade de vida das pessoas porque trata de todas as obras”, disse Lula.
Confira abaixo alguns trechos de respostas do presidente
PRESTÍGIO INTERNACIONAL: A coisa mais extraordinária é o respeito que nós conquistamos no mundo nesse primeiro ano de governo. O Brasil não conversava com ninguém, ninguém conversava com o Brasil, ninguém dava a menor importância ao Brasil. Hoje o Brasil voltou a ser levado em conta, o Brasil faz parte da política internacional. Este ano a gente vai trazer pra cá o G20, em novembro, que é a reunião das 20 maiores economias do mundo. No ano que vem vamos trazer a COP 30, que vai ser o maior encontro climático do mundo e vamos trazer o BRICS, que é o Sul-global. Esse país tem que dar certo. O meu compromisso com o povo brasileiro é para que esse país dê certo.
RETOMADA DE OBRAS: Nós tínhamos praticamente 10 mil obras paradas. Só creches, institutos federais, UPAs e postos de saúde eram milhares parados. Estamos retomando. Inclusive, retomando o Minha Casa, Minha Vida, que só em Pernambuco já foram 1.600 casas que retomamos e estavam paralisadas. O PAC já foi estruturado, já foi conversado, os projetos estão quase todos feitos. Peço a Deus que nos dê força para que a gente possa, outra vez, ver esse país gerar 4 milhões de empregos, que é o que queremos gerar com o PAC. Isso numa combinação perfeita entre o poder público nacional, o Governo Federal, os governos estaduais, municipais e empresas privadas.
INVESTIMENTOS: Nós investimos em universidades e em institutos federais para garantir que o Nordeste esteja mais ou menos igual às outras regiões, preparado para receber investimentos. Cabe ao governo criar as condições para que os investidores vejam que o Brasil tem outras regiões. Eu não quero tirar nada de nenhum estado, apenas quero dar ao Nordeste as condições de competitividade que ele tem direito de ter. É por isso que eu trato o Nordeste com carinho muito especial.
ABASTECIMENTO: Fizemos 1,4 milhão de cisternas para combater a seca no Nordeste. No PAC tem o Água Para Todos, que é pra gente tentar fazer com que cada município que tem dificuldade de abastecimento, crie condições, ou com cisternas ou com outra tentativa de puxar canal pra lá. Entendemos que é um problema tecnológico, de governo, político, não é um problema da natureza. A gente tem condições de resolver. Em todo lugar que for possível a gente levar água, a gente vai levar.
PROGRAMA PÉ-DE-MEIA: Por que fizemos isso? Porque tem milhões de jovens desistindo do Ensino Médio. Se a meninada desiste de estudar, o narcotráfico pode ganhar esses meninos, a vadiagem, a droga pode ganhar. Eu estou fazendo investimento. Enquanto eu estiver investindo para ele estudar, estou fazendo investimento. E eu tenho fé em Deus que a gente vai colher bons frutos com essa poupança para o Ensino Médio.