Rio de Janeiro – A suspeita de que um general pode negociar um acordo de delação premiada no inquérito da tentativa de golpe de Estado tem gerado grande apreensão entre militares e aliados de Jair Bolsonaro. Entre os 37 indiciados pela Polícia Federal (PF), 25 são militares, incluindo seis generais, o que intensifica os temores de colaboração com as investigações.
A colunista Bela Megale, de O Globo, revelou que os nomes que mais preocupam são os dos generais Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência, e Estevam Teophilo, do Alto Comando do Exército até 2023. Ambos são apontados como figuras centrais no suposto esquema golpista.
Quais são as acusações contra os investigados?
Os 37 indiciados enfrentam acusações como: 
- Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
- Tentativa de golpe de Estado;
- Organização criminosa.
Esses crimes podem resultar em penas que, somadas, chegam a até 30 anos de prisão, segundo fontes da investigação.
Por que delações estão sendo temidas?
O impacto das possíveis penas, pressões familiares e o exemplo do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que já firmou delação com a PF, podem levar outros investigados a colaborar. Para isso, no entanto, delatores precisam oferecer informações inéditas e detalhadas, sobretudo contra líderes de hierarquia superior, como exige a legislação.
O papel de Mário Fernandes e Estevam Teophilo
Mário Fernandes é considerado pela PF um dos principais articuladores dos planos golpistas. Já Estevam Teophilo, apontado como o mais bolsonarista entre os generais do Alto Comando, teria conhecimento pleno do esquema e até ofereceu tropas para apoiar o golpe, de acordo com fontes ligadas ao caso.
Qual é a posição de Bolsonaro nesse cenário?
O ex-presidente Jair Bolsonaro, central no inquérito, já declarou ser vítima de perseguição e nega qualquer envolvimento no suposto esquema. Ele não se pronunciou sobre as suspeitas envolvendo os militares indiciados.
Entenda, saiba mais: perguntas e respostas
O que é delação premiada?
Delação premiada é um acordo entre investigados e autoridades para fornecer informações relevantes em troca de redução de penas.
Por que o caso preocupa os militares?
A possibilidade de novas delações pode envolver figuras de alta patente, ampliando o alcance das acusações e comprometendo aliados próximos.
Quais são as etapas do processo?
Após o relatório da PF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode negociar novos acordos de delação e decidir se denuncia os indiciados formalmente.