PE: agentes populares de saúde do campo levam educação popular para a zona rural

Diário Carioca
               Mais do que estar livre de doenças, ter uma vida saudável é ter acesso à alimentação, moradia, saneamento básico, educação, trabalho e renda dignos e de qualidade. No entanto, durante a pandemia da covid-19, as famílias que vivem no campo e que já tinham dificuldade no acesso aos serviços de saúde, ficaram ainda mais vulneráveis.
Por isso, percebendo a fragilidade desses territórios, nasceu em Pernambuco a Campanha Mãos Solidárias, que integra a campanha nacional Periferia Viva. A iniciativa planeja e executa a formação dos Agentes Populares de Saúde do Campo, que uniram educação popular e saúde, levando informações para as comunidades rurais e urbanas. Para isso, a campanha contou com o apoio de movimentos populares, como o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST),


 

“Quando a gente forma um agente popular de saúde, a gente não forma um agente só para a saúde. Mas um agente formador das demandas que tem dentro do assentamento e dentro do acampamento. Então, o agente atua como um militante que ajuda as famílias com suas necessidades. A partir desse processo, eles conseguem se organizar e buscar como amenizar as demandas do nosso povo”, aponta Alexsandra Rodrigues, que é da Coordenação Nacional do Setor de Saúde do MST e atuou na formação de agentes populares de saúde do campo em diversos estados, como Pernambuco, Paraíba, Bahia, Sergipe, Alagoas e Ceará.

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A iniciativa, que surgiu a partir de uma proposta do MST, se ampliou na parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e já formou mais de 2 mil de agentes populares de saúde só no Nordeste, segundo a campanha. Uma delas é Rosineide Araújo, que é assentada do Acampamento Antônio Conselheiro, no município de Gameleira, em Pernambuco, onde existem 22 outros agentes. 
“A gente visita as famílias, vê a necessidade daquela família, que a gente sabe que tem hipertenso, tem muitas doenças, né? Então, aqueles que estão precisando que a gente veja se está com a pressão alta, com diabetes... A gente ensina as medicações - as ervas medicinais, no caso - elas tomam; e aí, quando a gente volta lá, se elas não conseguiram, a gente informa que eles tem que procurar o posto de saúde”, afirma Rosineide.
:: Mais de 700 Agentes Populares de Saúde diplomados pela UFPE para atuar no combate à pandemia ::
O trabalho dos agentes vai no sentido de garantir a informação para que a população identifique formas de cuidar da própria saúde no dia a dia e tenha um acompanhamento cotidiano, mas também saiba identificar em quais casos buscar uma emergência ou posto de saúde. Isso porque a informação é a principal ferramenta no combate à diversas doenças.
“A educação popular é muito mais importante para as pessoas vulneráveis. Primeiro, porque a população mais simples ela vai ter mais carência de acesso aos serviços de saúde e de acesso aos serviços complementares, aos remédios, às outras atividades. Nesse sentido, a educação popular em saúde vai construir um conhecimento com essa pessoa para que ela garanta ter mais autonomia, para que ela tenha a construção de um novo conhecimento, para que ela possa se cuidar melhor cada vez mais com uma perspectiva de um auto-cuidado”, destaca a médica e pesquisadora da Fiocruz, Paulette Cavalcanti.
Além das ações junto das famílias, a campanha produz também materiais informativos que podem ser acessados por qualquer pessoa no site da campanha.
        Fonte:  BdF Pernambuco
   Edição: Vanessa Gonzaga


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