Pesquisa divulgada pela Pastoral Carcerária revela que os alimentos e produtos de higiene, levados por familiares de presos, não entram nas penitenciárias. Do total de 1.213 pessoas que responderam ao questionário da entidade, 793 (65,9%) afirmam que os itens não chegam na mão dos internos. Para 304 (25,2%) o trânsito de mercadorias está normal e 107 (8,9%) não souberam opinar.
A pesquisa foi feita em todo o país com familiares de presos, membros da Pastoral Carcerária, agentes penitenciários, técnicos do sistema prisional, advogados e juízes durante três dias, a entidade não precisa as datas em que o questionário foi aplicado. O resultado, divulgado no dia 3 de abril, é a primeira parcial do estudo, que deve ser detalhado nos próximos dias.
A Pastoral Carcerária lamenta a falta de comunicação e de precisão sobre os dados de presos contaminados com coronavírus. “Se há mais casos, é impossível saber sem a divulgação destas informações oficiais, já que os órgãos fiscalizadores estão muito mais ausentes por conta da pandemia para poder inspecionar as prisões; e sem saber o que acontece atrás dos muros em relação à prevenção, organizações de direitos humanos e familiares não conseguem cobrar que medidas de prevenção e protocolos de saúde sejam aplicados efetivamente.”
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Em relação às visitas durante a pandemia, 1.189 pessoas (98,4%) afirmam que não conseguem visitar os presos nas unidades. Apenas 7 (0,6%) disseram que a visitação segue normalizada e outros 12 (1%) não conseguem precisar.
Edição: Rodrigo Chagas