A Polícia Federal (PF) deve concluir no início de 2024 os inquéritos das fake news e das milícias digitais e indiciar Jair Bolsonaro (PL) na esfera criminal, o que pode levar o ex-presidente à prisão.
O que você precisa saber:
- A PF deve indiciar Bolsonaro por crimes como organização criminosa, peculato e atos contra o Estado Democrático de Direito.
- Os inquéritos devem ser concluídos no início de 2024.
- Bolsonaro prepara ofensiva no TSE para tentar reverter inelegibilidade.
Segundo informações do portal Uol, os investigadores da PF têm elementos para indiciar Bolsonaro por crimes como organização criminosa, peculato (desvios de recursos públicos) e atos contra o Estado Democrático de Direito. No entanto, a decisão sobre os crimes que serão imputados a Bolsonaro só se darão ao final do inquérito.
A PF acredita que com Paulo Gonet, que substituiu Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), os inquéritos devem ter rápida tramitação até serem julgados.
No inquérito das milícias digitais, os investigadores se desdobram em cinco linhas de investigação: ataques a opositores, ataques às urnas eletrônicas e ao Judiciário, tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, propagação de fake news sobre a Covid-19 e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens indevidas.
Os inquéritos criminais contra Bolsonaro ganharam impulso após a delação do ex-ajudante de ordens, o tenente coronel Mauro Cid.
Ofensiva no TSE
Na Justiça Eleitoral, que condenou Bolsonaro à inelegibilidade até 2030, a defesa do ex-presidente prepara uma ofensiva para tentar reverter o quadro até 2026 e tentar deixá-lo apto para uma possível nova disputa contra Lula nas eleições presidenciais.
A estratégia é liderada pelo ex-Secretário de Comunicação (Secom) da Presidência, que faz parte do corpo de advogados de Bolsonaro, Fábio Wajngarten.
Ele foi escalado pelo ex-presidente para construir pontes com o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo principal de tentar reverter a inelegibilidade.
Segundo informações do jornal O Globo, Wajngarten tenta se aproximar da corte via ministro Gilmar Mendes, com quem teria tido ao menos dois encontros nas últimas semanas – um deles em área reservada a autoridades em um aeroporto de São Paulo.
Além de tentar reverter a inelegibilidade, Wajngarten também busca reaver as armas e objetos de ex-assessores que foram apreendidos em operações da Polícia Federal – além de tentar reconduzir alguns dos auxiliares para a assessoria do ex-presidente.