19/06/2020 – 11:53
Marcelo Pinto/A Plateia/Fotos Públicas
Fila em Santana do Livramento (RS) para receber o auxílio emergencial, apenas 3% foram pagos até agora
O 3º relatório semanal divulgado pela comissão mista do Congresso que acompanha os gastos do governo federal com a pandemia de Covid-19 revela um baixo aproveitamento dos recursos já autorizados para ações de combate novo coronavírus no País.
O auxílio financeiro a estados, municípios e ao Distrito Federal, por exemplo, foi o que menos atingiu os objetivos: apenas 3% (R$ 1,97 bilhão) de um total de R$ 76,19 bilhões autorizados foram efetivamente pagos.
Dados mais atualizados da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados mostram que, do total de R$ 404,18 bilhões previstos pelo governo federal para gastos com a pandemia, menos da metade, R$ 175,7 bilhões (43,48%), foram efetivamente pagos.
Também tiveram baixa execução orçamentária a ampliação do Programa Bolsa Família, 9% do total de R$ 3 bilhões, e despesas adicionais do Ministério da Saúde e dos demais ministérios – foram pagos apenas R$ 12,94 bilhões (26%) dos R$ 49,87 bilhões previstos.
Geraldo Bubniak/Agência de Notícias do Paraná
Crédito prometido ajudaria a manter pequenos negócios, como esse bar em Curitiba (PR)
Crédito para empreendedores
O relatório aponta ainda a dificuldade de pequenos e médios empreendedores de conseguirem crédito para manter os negócios e preservar empregos. Dos R$ 40 bilhões previstos para financiar a folha de pagamentos de pequenas e médias empresas, por dois meses, pouco mais de R$ 2,6 bilhões chegaram efetivamente às mãos dos empresários.
O texto menciona críticas de microempreendedores, com faturamento anual abaixo de R$ 360 mil, que não foram sequer contemplados pelo Programa Emergencial de Suporte a Empregos (PESE).
A expectativa, segundo o relatório, é que as alterações previstas na Medida Provisória (MP) 975/20, publicada em 2 de junho, associadas a aperfeiçoamentos promovidos por deputados e senadores, sejam capazes de diminuir o “empoçamento” dos recursos dentro do sistema financeiro, liberando o acesso para o setor produtivo.
A ideia é ampliar as garantias e reduzir o risco assumido pelas instituições financeiras autorizadas a operar os financiamentos, como bancos privados, bancos regionais e agências estaduais de fomento.
Além de criar o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, que aumenta em R$ 20 bilhões a participação do governo federal no Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), a MP 975/20 modifica o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) para ampliar, de 85% para 100%, a garantia de todas as operações de crédito realizadas por meio do programa.
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Natalia Doederlein