Mais de 200 agricultoras ocuparam, na manhã desta terça-feira (8), o pátio da Secretaria Estadual de Agricultura em Porto Alegre, dentro das mobilizações do Dia Internacional das Mulheres. Elas cobram ações do governo do estado para amenizar os impactos da estiagem no Rio Grande do Sul.
De acordo com as manifestantes, já ocorreram conversas com a secretária Silvana Covatti e com o secretário Chefe da Casa Civil, Artur Lemos, mas pouco foi feito até aqui.
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Na ocupação desta terça-feira, um coletivo de mulheres foi recebida pelo secretário adjunto da Secretaria da Agricultura, Luiz Fernando Rodriguez Junior, e assessores. No entanto, o grupo quer também uma audiência com o governador Eduardo Leite, pois para serem implementados imediatamente, os créditos dependem de decretos emergenciais assinados pelo chefe do Executivo.
Agricultoras cobram ações urgentes do governo do Estado para amenizar os impactos da estiagem no RS / Foto: Maiara Rauber
As principais reivindicações das agricultoras são os créditos emergenciais. O governo do estado anunciou a liberação de recursos para atender 42 mil famílias, no valor de um salário mínimo. Também foi apontada mais uma proposta para liberação de créditos de até R$ 10 mil por família, sem juros. Mas nada de concreto foi realizado ainda, criticam.
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“As nossas famílias ainda estão sofrendo com a estiagem. Por isso estamos aqui novamente. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos causados pela seca”, diz Silvia Reis Marques, produtora e dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Rio Grande do Sul (MST-RS).
Mulheres defendem que é preciso ampliar o número de famílias beneficiadas pelas medidas / Foto: Maiara Rauber
As representantes do MST, da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) defendem que é preciso ampliar o número de famílias beneficiadas por essas medidas.
Na avaliação de Cleonice Back, secretária adjunta da CUT-RS e diretora da Fetraf-RS, o crédito emergencial precisa atender pelo menos 100 mil famílias no Rio Grande do Sul, em especial as que possuem mais dificuldades. Além disso, nesse crédito, defendeu, "é necessário ampliar o subsídio para os agricultores que não se enquadram nos recursos a fundo perdido”.
Audiência com Secretaria da Agricultura
Silvia Reis Marques afirmou que, na audiência com o secretário adjunto, foi garantido o atendimento das reivindicações, mas ainda não sabem de onde virão os recursos para o auxílio aos agricultores atingidos pela estiagem. "Mas garantimos que seremos recebidas pela secretária Silvana Covatti amanhã, às 10h, para um café da manhã. E hoje reafirmamos nossa disposição para a luta em defesa das nossas vidas, para nos mantermos no campo produzindo alimento e pela reforma agrária. Seguimos vivas, alertas e atentas."
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Com informações da Comunicação do MST-RS
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko