Diante da ameaça de liquidação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, a Ceitec, empresa pública e a única que atua na fabricação de chips e semicondutores na América Latina, um grupo de 35 funcionários protocolou, na manhã desta quarta-feira (19), um documento ao governador Eduardo Leite (PSDB) no Palácio Piratini, pedindo apoio na luta contra o fim da estatal. A Ceitec foi incluída no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Bolsonaro e se encontra em processo adiantado para a extinção.
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Na tarde desta quarta, está prevista uma reunião virtual do governador com o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Julio Semeghini, para tratar do assunto.
O funcionário da Ceitec e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (Stimepa), Edvaldo Muniz, avalia que o fechamento da empresa resultará na dependência total do mercado externo.
“Isso representa um retrocesso de 20 anos de investimentos, deixando um rombo na balança comercial na ordem de R$ 15 bilhões anuais. Sem falar nos cerca de 300 trabalhadores que perderão seus postos de trabalho, agravando ainda mais a crise econômica”, afirmou.
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O documento, assinado pela associação de funcionários (Acceitec), ressalta que a Ceitec é uma empresa com enorme capital intelectual, sendo estratégica como semente para o desenvolvimento da microeletrônica nacional, como formadora de profissionais e como fornecedora do Estado. O faturamento poderia ser muito maior se projetos encomendados pelo governo federal fossem aproveitados (passaporte eletrônico, chip de identificação veicular, chip de rastreamento de gado).
A proposta de extinção da empresa, segundo os funcionários, se baseia apenas no seu faturamento e ignora suas conquistas tecnológicas para o país. Há consenso entre profissionais e entidades do setor de tecnologia que a extinção da Ceitec acarretaria um retrocesso irreversível para o Brasil e que mais e melhores investimentos devem ser feitos no setor de microeletrônica, para que o país busque mais competitividade e não comprometa a sua soberania.
* Com informações da CUT-RS
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Raquel Júnia e Marcelo Ferreira