Três meses após primeira morte, Brasil tem mais de 46,5 mil óbitos por covid-19

Diário Carioca

De acordo com dados divulgados pelo Conselho Nacional de Secretarias de Saúde, os óbitos causados pelo coronavírus no Brasil somaram 46.510 entre terça (16) e quarta-feira (17). Em 24 horas foram reportadas 1.269 mortes. Pelo segundo dia consecutivo, o número de vítimas fatais ficou acima de 1,2 mil. Em três meses, desde a confirmação do primeiro falecimento causado pela doença no país, o crescimento segue em velocidade cada vez maior. 

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Até agora não houve registro de queda em relação a períodos anteriores. O total de brasileiros infectados pela doença chega a 955.377. Desses, 32.188 foram confirmados no último dia. Na terça-feira, os registros diários alcançaram 34.918, recorde em 24 horas. Em todo o mundo, o Brasil fica atrás apenas dos Estados Unidos em números absolutos de casos e mortes.

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A taxa de letalidade no país é de 4,9%. Os estados do Rio de Janeiro e de Pernambuco seguem com índices significativamente acima dessa média, com 9,4% e 8,4% respectivamente. Entre os estados com maior número absoluto de pessoas que testaram positivo e de mortes estão São Paulo (191.517 casos e 11.521 mortes), Rio de Janeiro (86.963 casos e 8.138 mortes), e Ceará (84.967 casos e 5.282 mortes).

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Nos últimos dois dias, diversas unidades da federação registraram resultados recordes. Por dois dias seguidos, São Paulo – que passa por um processo de reabertura de atividades econômicas – confirmou os maiores patamares de óbitos desde a chegada do vírus à região. Na terça-feira, foram 365 mortes, na quarta esse resultado chegou a 389.

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Minas Gerais também registrou os resultados mais críticos desde o início da Pandemia nesta quarta-feira (17). Foram notificadas 35 mortes e há 221 suspeitas em investigação. O número total de óbitos no estado é de 537 pessoas. No Amapá, a capital Macapá iniciou abertura do comércio na terça-feira (16), mesmo dia em que foi registrado recorde casos: 1.211 infectados a mais que no dia anterior. Na terça-feira (16), o Mato Grosso também apresentou a marca mais preocupante do período em que o vírus circula na região. Foram 27 óbitos. Já no Mato Grosso do Sul, o número de casos na quarta-feira (17) foi o maior já registrado para um dia no estado, com 379 novas confirmações. 

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OMS pede garantias de distanciamento social

Nesta quarta-feira (17), o diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou que o cenário brasileiro é muito severo, apesar de alguns indicativos de que a velocidade do avanço da pandemia pode diminuir. Para isso, no entanto, o país precisaria garantir condições para que a população adote medidas de distanciamento social. 

“Este é o momento de redobrar a cautela, pois já vimos em outros países que uma estabilização pode rapidamente se transformar em um aumento”.

A taxa de contágio no país está 1,05. Isso é o mesmo que dizer que cada 100 pessoas doentes podem passar a doença para outros 105 indivíduos, relação que cresce a cada novo infectado. O patamar acima de 1 mostra que a transmissão no país está fora de controle.

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Covid vai aumentar a pobreza

Relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aponta que a pandemia pode levar 83,4 milhões de pessoas à extrema pobreza em 2020 na América Latina e no Caribe. Outros 215 milhões de cidadãos, que já vivem em situação de pobreza, podem ter suas condições agravadas. 

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Segundo o documento, após sete anos de crescimento lento, a região enfrenta a possibilidade de PIB negativo em 2020. Com trabalhadores vulneráveis, preços altos, desemprego e queda na renda, outro problema pode ser agravado: a fome, que até 2018 já atingia 53,7 milhões na América Latina e no Caribe.

O que é coronavírus?

É uma extensa família de vírus causadores de doenças tanto em animais como em humanos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em humanos, os vários tipos de vírus podem provocar infecções respiratórias que vão de resfriados comuns, como a síndrome respiratório do Oriente Médio (MERS), a crises mais graves, como a síndrome respiratória aguda severa (SRAS). O coronavírus descoberto mais recentemente causa a doença covid-19.

Como ajudar quem precisa?

A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.

Edição: Rodrigo Chagas


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