As fortes chuvas que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias deixaram ao menos 11 mortos e evidenciaram a desigualdade social e racial que existe no país.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que as tragédias são consequência do “racismo ambiental”. O conceito descreve o processo discriminatório enfrentado por populações periféricas ou compostas por minorias étnicas devido à degradação ambiental.
A expressão destaca que os impactos ambientais não são distribuídos de maneira igualitária, com a parcela historicamente marginalizada sendo a mais prejudicada pela poluição e degradação ambiental.
No Brasil, a população negra é especialmente afetada pelo racismo ambiental. Isso ocorre porque as comunidades negras estão mais concentradas em áreas periféricas, que historicamente foram negligenciadas pelo poder público.
Além disso, as comunidades negras são mais vulneráveis à poluição e à degradação ambiental, pois muitas vezes vivem em condições precárias de saneamento básico e têm acesso limitado a informações sobre os riscos ambientais.
Os temporais que atingiram o Rio de Janeiro nos últimos dias atingiram principalmente as áreas periféricas da cidade, onde a população negra é maioria. As chuvas provocaram alagamentos, deslizamentos de terra e queda de árvores, deixando dezenas de pessoas desabrigadas.
A ministra Anielle Franco chamou a atenção para o fato de que as tragédias no Rio de Janeiro são apenas um exemplo do racismo ambiental que ocorre em todo o país.
“O racismo ambiental é uma realidade que precisa ser enfrentada com políticas públicas que garantam a igualdade de direitos a todos os brasileiros, independentemente de sua raça ou etnia”, afirmou a ministra.