O Instituto-E, que desenvolve desde 2009 o Projeto de Recuperação da Costa Brasileira, hoje com atividades nas praias de Ipanema e Leblon, protocolou essa semana um registro de ocorrência na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) denunciando atos de vandalismo e roubo nas áreas de atuação. O registro indica o roubo das placas de sinalização e da fiação de proteção utilizada para cercar a vegetação, assim como descarte de lixo e outros dejetos no local. Essas ações são risco para a manutenção da fauna de restinga presente.
Profissionais da Polícia estiveram no local nesta quarta-feira (26/07) e realizaram a perícia.
O Instituto-E é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e realiza o projeto em formato de PPP junto a Prefeitura do Rio de Janeiro. O objetivo principal é desenvolver ações conjuntas para preservar a vegetação nativa costeira, bem como sua flora e fauna originais. O Instituto-E viabiliza a manutenção diária dos espaços, o replantio de mudas e ações de conscientização ambiental. Atualmente, o projeto é responsável por 28 canteiros nas orlas de Ipanema e Leblon. A iniciativa pioneira já possibilitou o plantio de cerca de 40 mil mudas nativas, mais de 10 mil m2 de área foram recuperados, e 6 mil m2 de areia foram remanejados para as restingas.
A vegetação de restinga tem um importante papel socioambiental, contribuindo para fixar as dunas litorâneas, abrigando fauna e flora nativas, protegendo o litoral de erosões e amenizando a temperatura ambiente. Funcionam como uma barreira de proteção no caso de ressacas e ventanias.
O Instituto-E e a Osklen, como parceira do projeto, entendem a importância do Projeto de Recuperação da Costa Brasileira como uma ação de cidadania que, além de gerar impactos ambientais positivos, promove a valorização da cultura da praia e a conscientização da sociedade para a importância da preservação da nossa flora e fauna nativas.
“A restinga tem um importante papel no ecossistema das praias e da cidade, na medida que gera a preservação, a valorização da cultura da praia e da natureza, além de promover uma forte resiliência urbana,protegendo a orla em momentos de ressaca, por exemplo. É muito importante que a sociedade tenha consciência dos impactos da preservação dessa vegetação nativa e que todos colaborem para atitudes corretas focando essa proteção”, indica Mariana Bazzoni, diretora executiva do Instituto-E.
– Dados de impacto do projeto:
28 canteiros de restinga adotados
6 mil m2 de área remanejada para as dunas
+10 mil m2 de área replantada
Cerca de 40 mil mudas de restinga plantadas
Espécies nativas plantadas:
– Ipomeia: Ipomoea pes caprae
– Feijão da praia: Canavalia rósea
– Perpétua: Alternanthera marítima
– Carrapicho: Blutaparon portulacoides
– Guriri: Allagoptera arenaria
– Sofora: Sophora tomentosa
– Senna pendula
– Hidrocotile: Hidrocotyle bonariensis