A incorporadora Bait está desenvolvendo o projeto de um condomínio residencial em Laranjeiras que será ícone de sustentabilidade no Rio de Janeiro. Além de restaurar a antiga residência do Conde Modesto Leal para que parte dos fundos receba áreas de lazer, e a parte frontal, uma unidade comercial, a empresa irá ocupar apenas 11% do total da área que poderia ser utilizada para construção, sendo que a lei permite até 70%. O objetivo é preservar a vegetação remanescente de Mata Atlântica existente no local e permitir que a beleza natural da encosta seja apreciada pelos moradores, frequentadores do local e pedestres.
“Somos uma empresa carioca, apaixonados pelos nossos encantos naturais e um dos nossos princípios é respeitar e valorizar a cultura, a história e as belezas do Rio de Janeiro. E esse terreno de 34 mil m² nos permitiu fazer algo inédito, que será recuperar um Jardim Romântico histórico e abri-lo para que seja desfrutado por qualquer visitante do local. Ou seja, junto ao jardim frontal do Palacete Modesto Leal, ficará uma área de acesso livre, com bancos para apreciação. Iremos retirar muros e cercas que hoje cobrem a construção e os jardins. Os visitantes de Laranjeiras, que muitas vezes buscam locais históricos para visitar, terão acesso ao local que nunca tinham tido antes. Essa vem sendo melhor forma de se manter patrimônios históricos em todo o mundo, evitando assim que muitos entrem em ruínas”, explica Henrique Blecher.
A empresa contará com os especialistas Jorge Astorga – responsável pelo trabalho realizado nos Arcos da Lapa, Palácio Guanabara e Clínica Pitanguy — e Eduardo Barra estudioso que cuidará da recuperação dos jardins históricos. Os projetos levam a assinatura da RAF Arquitetura e do escritório paisagístico Burle Marx.
A Chácara Modesto Leal pertencia à família do Conde Modesto Leal, que já foi considerado o homem mais rico do Brasil. No passado, foi palco de eventos e gravações de novelas. O casarão de mais de mil metros quadrados foi apelidado de Palacete e possui arquitetura em estilo eclético, com vãos e portas balcão em metal, pisos em tabuado com tabeiras e marchetaria. No teto de madeira da sala de jantar há um enorme vitraux. As paredes têm molduras em alto relevo (boiseries), o pé-direito é alto e os pisos são parquet. “No projeto, a parte da frente do casarão será comercializada como loja e dependendo do uso que venha a ser feito, poderá ser acessada pelo público. A parte dos fundos é que será incorporada ao residencial e vai abrigar áreas de lazer” explica.
Diversos elementos e construções serão preservados. O Jardim Romântico, ao lado do Palacete, que se encontrava parcialmente aterrado, é um deles. Eduardo Barra, arquiteto paisagista, especializado em regeneração de áreas degradadas e recuperação ambiental, encontrou pequenas construções de pedra que funcionavam como abrigos para animais, como ocas, torre e caverna, e até mesmo uma escavação que seria de um lago. O local será restaurado, mas manterá algumas características atuais para evitar intervenções artificiais
A Cavalariça, local onde se abrigavam os cavalos, será incorporada a uma das torres residenciais, mantendo seu modelo arquitetônico. O viveiro de aves também continuará, se juntando a uma área de lazer ao lado da piscina, onde há também uma grande arcada. Outro ponto de destaque são os caminhos desenhados com pedras portuguesas que serão mantidos, margeando partes do Palacete.
A Bait é uma das empresas líderes dessa retomada de recuperação de patrimônios históricos do Rio a partir de investimentos de iniciativa privada, e busca garantir sustentabilidade reaproveitando e recuperando construções e áreas verdes existentes.
“O Palacete estava há quase 15 anos sem receber projetos economicamente viáveis para seu sustento e acumulando dívidas e intervenções que comprometeram a arquitetura original, além de uma arriscada degradação da encosta. Ficamos muito preocupados quando vimos a situação da casa, que já era tombada, e também da encosta, um risco real para o bairro. Mas mudar essa situação atual e e pela primeira vez uma incorporadora recupera e disponibiliza parte da construção para visitação pública”, explica o CEO da Bait, Henrique Blecher.
“Será mais uma área de lazer e história para o carioca, vindo do setor privado, e essa iniciativa atende um desejo antigo das associações de moradores de Laranjeiras, de poder acessar o espaço”, destaca Blecher.
Projeto do residencial – O projeto para os quase 34 mil m² de terreno onde fica o Palacete Modesto Leal já foi aprovado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural e pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). Serão cinco blocos de até cinco pavimentos, que ficarão ao redor do casarão de forma a não comprometer as visadas do bem tombado.
Hoje escondido por trás de muros e chapas, o Palacete Modesto Leal terá visibilidade para a cidade, emoldurando e valorizando ainda mais o bairro de Laranjeiras.
Um outro destaque do projeto está no estudo de circulação viária apresentado pela Bait aos órgãos municipais, que vai reduzir em muito o impacto de circulação de carros, que já incomodou os moradores da região quando o Palacete recebeu eventos privados no local.
“Vamos cuidar desse bem histórico que era privado e entregar ao Rio de Janeiro totalmente recuperado. E o residencial será construído respeitando as visadas originais do palacete, devolvendo sua visibilidade e sem poluir a vista da cidade. A casa ficará como “centro de terreno”, conservando os seus caminhos naturais, jardins e diversos outros elementos históricos presentes na propriedade. Nosso amor pelo Rio nos exige esse compromisso com a beleza e a transformação. E teremos lá um trabalho altamente sustentável, respeitando a arquitetura, a flora e a fauna local. Hoje há muitas árvores mortas, com cupins. Vamos cuidar de tudo isso”, reforça Henrique Blecher, CEO da Bait.
Histórico de preservação — Em parceria com a Astorga Arquitetura e Restauração, a Bait está promovendo a recuperação de outro bem tombado na cidade do Rio de Janeiro: a Clínica Ivo Pitanguy, em Botafogo.
“Todos os projetos desenvolvidos pela empresa valorizam sua história, além de atuar para os desenvolvimentos econômico, cultural, urbanístico futuro da cidade. O empreendimento que será construído no terreno da Rua Dona Mariana, em Botafogo, não só irá preservar a casa ali presente, de acordo com as determinações do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), como está fazendo um diagnóstico técnico da casa para realizar o restauro de sua fachada e utilização interna para as áreas comuns do empreendimento. Ter a casa preservada em estilo eclético na composição da arquitetura é um privilégio em todos os aspectos e também iremos destacá-la com mais visibilidade para a rua, o que antes ficava por trás do muro”, destaca o sócio e CEO da empresa, Henrique Blecher.
E |durante o início das obras do residencial Forma, no Leblon – local onde antes funcionava a Churrascaria Plataforma – foi encontrado um painel de Hélio Pelegrino que foi resgatado, estudado, recuperado e catalogado e será devolvido ao terreno na conclusão do empreendimento.
Outras informações sobre o projeto estão sendo atualizadas no site palacetemodestoleal