Baixada Fluminense tem os piores índices de saneamento dos 100 maiores municípios do Brasil

Diário Carioca
               Um amplo levantamento do Instituto Trata Brasil sobre indicadores de saneamento nas 100 maiores cidades brasileiras mostra que municípios da Baixada Fluminense ocupam os piores posições do ranking nacional. O estudo foi divulgado nesta terça-feira (22), quando se celebra o Dia Mundial da Água.
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Belford Roxo, São João de Meriti, Duque de Caxias e São Gonçalo estão entre as 20 piores cidades em saneamento básico no ano de 2020. Quando o ranking avalia a condição dos 100 maiores municípios brasileiros no período de oito anos (2013 a 2020), as mesmas cidades da Baixada aparecem e soma-se a elas Nova Iguaçu, outro município da mesma região do estado.
Segundo o documento, que reflete o cenário do ano de 2020, as melhores cidades de saneamento básico no Brasil investem 340% a mais do que os municípios com baixos indicadores. A ausência de água tratada atinge 35 milhões de brasileiros e 100 milhões não têm acesso à coleta de esgoto, o que resulta em pessoas hospitalizadas por doenças veiculadas na água.
Os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério do Desenvolvimento Regional, apontam que somente 50%


do volume gerado de esgoto são tratados. Mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente. Os investimentos em 2020 (R$ 13,7 bilhões) são insuficientes para que seja cumprido as metas do Novo Marco Legal do Saneamento, de 2020.

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O Instituto Trata Brasil informou que historicamente predomina nas melhores posições municípios do estado do Paraná, São Paulo e Minas Gerais, enquanto, entre os 20 piores municípios sempre estão os da Região Norte do Brasil, Nordeste e Rio de Janeiro.
"Ao analisar as 20 melhores cidades contra as 20 piores cidades, observamos que há diferenças nos indicadores de acesso: enquanto 99,07% da população das 20 melhores tem acesso à redes de água potável, 82,52% da população dos 20 piores municípios têm o serviço. A porcentagem da população com rede de coleta de esgoto é ainda mais discrepante: 95,52% da população nos 20 melhores municípios tem


os serviços; e somente 31,78% da população nos 20 piores municípios são abastecidos com a coleta do esgoto”, diz o relatório.

Capital e Niterói
A capital fluminense aparece no ranking como caso negativo do indicador de investimentos totais (prestador do serviço e poder público juntos) sobre a arrecadação em cinco anos. O indicador médio dos municípios (na razão entre o que se arrecada e o que se investe) é de 19,79% em 2020. Mas o Rio tem 4,93% de investimentos totais sobre arrecadação. A capital também aparece com 100% da população com acesso à água potável.
De acordo com o Trata Brasil, Niterói, na região metropolitana, tem 100% de volume de esgoto tratado sobre água consumida. No lado oposto, Belford Roxo tem apenas 2,6% de esgoto tratado em relação ao volume de água consumida. Em São João de Meriti, o índice é de 0%.
            Edição: Eduardo Miranda


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