Cais do Valongo: são iniciadas obras de valorização do sítio arqueológico, no Rio de Janeiro

Diário Carioca
Cais do Valongo - Foto: Reprodução

Na quinta-feira, 5 de julho, o IDG- Instituto de Desenvolvimento e Gestão deu início às obras de valorização do sítio arqueológico do Cais do Valongo, localizado na região da Pequena África, no centro do Rio de Janeiro. O projeto é uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan e a Prefeitura do Rio, e começa na semana em que o Cais do Valongo completa seis anos como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
 

“As intervenções do IDG no Cais do Valongo visam contribuir com a preservação da memória e o reconhecimento histórico do local, que foi o principal porto de chegada dos africanos escravizados nas Américas. As obras tornarão o espaço mais acessível e seguro, e o projeto expográfico propõe uma reflexão crítica sobre o período da escravização e suas sequelas”, explica Sergio Mendes, Diretor de Projetos do IDG.
 

No projeto, que contempla adequação física, sinalização do sítio arqueológico e instalação de módulos expositivos, serão investidos mais de R$ 2 milhões pela transmissora de energia elétrica State Grid Brazil Holding, por meio de financiamento pela linha de Investimento Social para Empresas – ISE, do BNDES.
 

“Contribuindo para a preservação e valorização de um sítio arqueológico da relevância do Cais do Valongo, a State Grid Brazil reafirma sua participação e o apoio à proteção da herança cultural e histórica da sociedade brasileira”, afirma Ramon Haddad, Vice-Presidente da State Grid Brazil Holding.
 

A obra de revitalização tem previsão de entrega até novembro de 2023 e inclui três etapas: a instalação de guarda-corpo permanente; a implantação de módulo expositivo com totens que irão contar a história da região, sob curadoria da professora Ynaê Lopes dos Santos, historiadora especialista na História da escravidão e das Relações raciais nas Américas. Neste espaço será instalada uma escultura que tem a forma do continente africano, dependendo do ângulo em que se observa. Aos pés desta obra, uma rosa dos ventos aponta para a África, como referência ao legado da cultura afro-brasileira para a história do país.
 

Também fica a cargo do IDG a instalação de sinalização que faz referência ao patrimônio cultural acautelado, em placas e mapas que informam sobre sua história. O projeto de sinalização integra o Cais do Valongo no circuito de herança africana na região, conectando através de referências visuais e placas indicativas outros pontos de interesse como a Pedra do Sal, o Jardim Suspenso do Valongo e Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira – MUHCAB. O projeto de iluminação do sítio histórico, que foi desenvolvido pelo IDG e será implementado pela Prefeitura do Rio, foi pensado para realçar traços arquitetônicos do sítio arqueológico e criar uma experiência visual, sem comprometer a integridade arqueológica do sítio. Na iluminação cênica, as luzes coloridas em monumentos podem ser utilizadas em datas comemorativas em prol de causas sociais. A Prefeitura também foi responsável pela descoberta – durante as obras do Porto Maravilha – e preparação do sítio arqueológico.
 

Histórico do projeto
 

Em 2017, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro – via Secretaria Municipal de Cultura, Secretaria Municipal de Educação e Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) – representaram o governo brasileiro perante a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e assinaram o Plano de Promoção Arqueológica do Cais do Valongo. No documento as instituições mencionadas comprometem-se a elaborar e executar um plano para reforçar o valor universal excepcional do sítio arqueológico e inseri-lo na malha urbana da cidade. O objetivo geral foi o de realizar ações de pesquisa, promoção e socialização, a fim de ressignificar a relação entre o bem cultural e o seu entorno urbanístico e paisagístico.

Os projetos desenvolvidos pelo IDG foram apresentados e debatidos no âmbito do Comitê Gestor do Cais do Valongo, instância de governança do bem Cultural Patrimônio Mundial, reinstituído pela Portaria Iphan nº 88 de março de 2023. Direcionado para a gestão compartilhada e participativa do sítio, o grupo é composto por 15 instituições representativas da sociedade civil e 16 governamentais nas esferas federal, estadual e municipal. Entre as instituições integrantes estão o Ministério da Cultura (Minc), a Fundação Palmares e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O Iphan coordena os trabalhos do comitê.

Entre os objetivos essenciais do Comitê Gestor estão promover a instalação da estrutura de gestão integral, compartilhada e participativa do Sítio; estabelecer as diretrizes para a execução das ações propostas no plano de gestão; monitorar a efetividade das ações governamentais necessárias à preservação e salvaguarda do bem; e promover a articulação entre as políticas municipal, estadual e federal que incidem sobre o Sítio Arqueológico.

Sobre o IDG

O IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão é uma organização social sem fins lucrativos especializada em gerir centros culturais públicos e programas ambientais. Atua também em consultorias para empresas privadas e na execução, desenvolvimento e implementação de projetos culturais e ambientais.
 

Sobre a State Grid Brazil Holding

A State Grid Brazil Holding (SGBH) é uma empresa brasileira, parte do grupo State Grid Corporation of China, e atua no setor de transmissão de energia elétrica desde 2010, já tendo investido mais de R$30 bilhões no país. A empresa possui 24 concessionárias, utiliza tecnologia de ponta, e está sempre comprometida com altos padrões de segurança e respeito ao meio ambiente. Com sete regionais e 30 bases de manutenção, a SGBH opera mais de 16 mil quilômetros de linhas de transmissão passando por 13 estados no país, equivalente a 10% de toda a malha elétrica brasileira, o que torna a companhia uma das maiores no Brasil no setor. Entre seus principais empreendimentos, estão as linhas de transmissão da Usina de Belo Monte, que escoam energia do Norte ao Sudeste do Brasil. São as maiores linhas de transmissão do mundo que utilizam a tecnologia de ± 800 kV UATCC.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca