Cidade Nova ganhará parque contra irradiação de calor dos espigões

Diário Carioca

Contra o calor irradiado pelos espigões espelhados da Cidade Nova, um corredor verde, ocupando algumas ruas da região. O projeto foi anunciado nesta quinta-feira, durante o lançamento da Rede Comunidade Acolhedora, iniciativa que reúne grandes empresas instaladas no bairro, ONGs, órgãos municipais e moradores. Orçado em R$ 6,6 milhões, o parque já foi aprovado pela CET-Rio e conta com 33% da verba já prometida pela prefeitura. 

O lançamento da Rede Comunidade Acolhedora, com cerca de 70 presentes, foi realizado no Circo Crescer e Viver, empreendimento sócio-cultural encravado entre arranha-céus corporativos e instalações da prefeitura, junto da estação de metrô Praça 11. A iniciativa abre o canal de diálogo entre as empresas, que vem dando nova cara à Cidade Nova, e os moradores do bairro, que ainda não foram beneficiados pela mutação da área.

Estiveram presentes BR Distribuidora, Centro Integrado de Comando de Controle (CICC), Technic FMC, Universidade Estácio de Sá, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Fundação Leão XIII e Eco Sapucaí, além das secretarias municipais de Meio Ambiente e de Assistência Social e Direitos Humanos. Convidadas. OI e Cedae não enviaram representantes. 

Até os anos 60, quando a infraestrutura viária transformou as feições da cidade, o bairro da Cidade Nova era um local de circulação. Mas, com artérias de trânsito costurando seu espaço, virou um local de passagem para automóveis. Autor do projeto, Rodrigo Azevedo, arquiteto-chefe do Observatório da Cidade, da Universidade Estácio de Sá, destacou a importância da criação do parque para o bem estar da população local. “Precisamos ressignificar esta infraestrutura criada para os carros e transformar avenidas e viadutos inóspitos em locais verdes para acolher as pessoas.” Um estudo da prefeitura apontou o largo da Rua Santa Maria como a zona mais quente da região. Para o local, já foi aprovada a criação de ruas de pedestres e a criação de equipamentos verdes, conforme Azevedo.

O secretário municipal de Meio Ambiente, Bernardo Egas, confirmou interesse em ajudar na construção do parque. “Fui convencido de sua necessidade já na primeira reunião. Este parque verde pode proporcionar a sinergia entre moradores e funcionários de empresas e transformar a região. Só precisamos agora achar quem se disponha a bancar a sua manutenção”, disse.

Foram tratadas também outras questões críticas para os moradores, representados por associações do São Carlos, Catumbi e Cidade Nova. Uma delas é a dificuldade de fazer o registro civil das crianças por famílias carentes. “Certa vez, chegou aqui no Circo, para se matricular, uma menina que não tinha registro. E descobrimentos que a mãe e a avó dela também não tinham”, conta Junior Perim, diretor-presidente do Circo Crescer e Viver e organizador do evento. Por isso, um mutirão social unindo Estado e Município também foi articulado neste primeiro encontro.  A próxima reunião acontecerá dia 13 de fevereiro.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca