CPI da Alerj vai ao STF para obrigar deputado Julio Lopes a depor

Diário Carioca

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) que investiga as irregularidades da gestão pública no setor de transportes aprovou, nesta quarta-feira (25/04), por unanimidade, um pedido de intimação a ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que obriga o ex-secretário de Estado de Transportes do Rio, Julio Lopes (PP/RJ) a depor na comissão.

O presidente da CPI, deputado estadual Eliomar Coelho (PSol), lembrou que esta é a terceira tentativa que a CPI faz para ouvir o ex-secretário. “Ele representou a pasta por um período longo, de 2007 a 2014. Portanto, tem muita informação que pode contribuir para o andamento dos trabalhos da comissão que trata, entre outros pontos, de identificar irregularidades administrativas”, explicou o parlamentar. A comissão vai se manifestar por meio da procuradoria da Alerj, que defende que Lopes tem a obrigação de comparecer quando convocado.

Metrô Rio

A decisão do pedido de intimação aconteceu durante uma reunião onde foi debatida a situação do Metrô Rio. O presidente do Sindicato dos Metroviários do Estado, Elias José Alfredo, reclamou de assédio moral, insalubridade e falta de segurança no ambiente de trabalho. Durante a sua fala, ele lembrou a morte da condutora Elisângela Gomes Lima, em 2014. Ela passava de uma ponta para outra do trem quando foi atropelada. “As condições de segurança operacional precisam ser melhoradas para que os funcionários do Metrô Rio não continuem correndo riscos”, disse.

O gerente da Câmara Técnica de Transportes da Agetransp, José Luiz Lopes, disse que na época do acidente a agência fez uma investigação técnica completa. “Fizemos reconstituição do acidente, levantamos todos os dados e verificamos que de fato houve um acesso indevido à via permanente que no momento se encontrava energizada e em operação. A conclusão foi de que houve descumprimento do regulamento operacional e a concessionária foi penalizada”, explicou.

O presidente do Metrô Rio, Guilherme Ramalho, não estava no cargo quando aconteceu o acidente, mas afirmou que a segurança dos trabalhadores e usuários do transporte é prioridade absoluta para a concessionária. “No primeiro quadrimestre deste ano não foi registrado nenhum acidente grave. O metrô é um sistema seguro para funcionários e usuários e é muito bem avaliado. Tem mais de 94% de aprovação pelos seus clientes”, defendeu. Quanto às reclamações trabalhistas feitas pelo presidente do sindicato, Guilherme disse que as colocações foram feitas em termos gerais. “A concessionária cumpre a legislação e preza pelo bem estar dos seus colaboradores”, concluiu. O presidente da CPI, deputado Eliomar Coelho (PSol), solicitou o inquérito policial que apura a morte da condutora Elisângela. Os deputados Geraldo Pudim (MDB), Martha Rocha (PDT), Gustavo Tutuca (MDB), Nivaldo Mulim (PR) e Flávio Serafini (PSol) também participaram da reunião.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca