A Defensoria Pública da União (DPU) vai acompanhar a realização de inspeção judicial no imóvel Docas Pedro II e no Cais do Valongo, conforme determinação judicial em ações civis públicas ajuizadas pela DPU e pelo Ministério Público Federal (MPF) em face da União Federal e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A visita técnica acontece nesta terça-feira (10/05), às 14h, na região portuária do Rio de Janeiro (RJ).
A inspeção é necessária para verificar o real estado em que se encontra o patrimônio histórico já que, desde a sua inclusão na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, em 2018, não há gestão ativa constituída em favor da proteção do bem. Tal fato coloca o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo sob o risco de perder o título de patrimônio conferido pela UNESCO pelo descumprimento dos compromissos firmados junto à organização internacional.
Conforme a decisão, a visita in loco deve “aferir o maior número de dados possível para um futuro julgamento completo do mérito da presente causa”. O resultado do estudo vai subsidiar o andamento das ações civis públicas sobre o Cais do Valongo movidas pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Ministério Público Federal (MPF), em favor da sua conservação, proteção e valorização.
A defensora pública federal Rita Cristina de Oliveira, coordenadora do Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU, e o defensor público federal Thales Arcoverde Treiger, defensor regional de Direitos Humanos da DPU no RJ e integrante do GT, vão acompanhar a inspeção assistidos por especialistas, que tiveram a participação autorizada pela Justiça. Também devem participar representantes do MPF e do IPHAN.
Para tanto, a DPU convidou os quatro pesquisadores responsáveis pela preparação do dossiê de candidatura do Cais do Valongo a Patrimônio Mundial. A proposta foi apresentada em fevereiro de 2017, sagrando o Valongo como Patrimônio Mundial da Humanidade junto à Unesco em novembro de 2018.
A convite da DPU, vão realizar assistência técnica durante a inspeção o antropólogo Milton Guran, que coordenou o GT; o professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) José Simões de Belmont Pessôa; a professora de História da África da UFRJ Mônica Lima e Souza; e a arqueóloga Rosana Pinhel Mendes Najar, servidora aposentada do IPHAN