Flordelis e filhos poderão ir a júri popular por morte do pastor Anderson do Carmo

Diário Carioca

A deputada federal Flordelis (PSD) e os 10 acusados no envolvimento da morte do pastor Anderson do Carmo, marido da parlamentar, poderão ir a júri popular.

Com o encerramento do prazo para apresentação das alegações finais, a juíza Nearis Arce dos Santos, da 3ª Vara Criminal de Niterói, já pode anunciar sua decisão.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), os advogados de defesa de Flordelis não apresentaram as manifestações finais no processo antes de ser proferida a sentença.

Apenas o Ministério Público e as defesas dos acusados Adriano Rodrigues, André Oliveira, Carlos Ubiraci e Lucas de Souza entregaram as alegações finais. Os demais acusados não quiseram ou perderam o prazo.

Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do próprio marido em junho de 2019. Por ser deputada federal, ela é a única que responde o processo em liberdade, cumprindo medidas cautelares. Os outros 10 acusados, entre filhos naturais e adotivos, que estão presos, aguardam a decisão da Justiça. 

Na semana passada, a juíza que cuida do caso suspendeu a autorização concedida à Flordelis para que ela pudesse circular entre 23h e 6h do dia seguinte, excepcionalmente para atividades relacionadas ao exercícios do mandato parlamentar. A Justiça informou que a deputada infringiu várias regras da concessão dada a ela.
  
Além do uso da tornozeleira eletrônica, a deputada tem que permanecer em recolhimento domiciliar noturno no horário estipulado, agora sem exceção. 

A decisão da juíza se baseou nos relatórios de acompanhamento eletrônico que apontou várias violações das medidas cautelares impostas à deputada que chegou a permanecer mais de quinze horas com a tornozeleira eletrônica desligada.

Depoimento

Na última terça-feira (13), a delegada Bárbara Lomba Bueno, que iniciou as investigações no caso, deu depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e afirmou que a eleição de Flordelis foi o estopim para o assassinato de Anderson do Carmo.

“O marco que decidiu que a vítima teria de morrer foi a assunção do mandato pela deputada federal. Anderson havia manifestado descontentamento com o chefe de gabinete da deputada, que tomava decisões à revelia dele”, disse a delegada.

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Segundo Bárbara Lomba, a deputada se envolveu em tentativas de direcionar e desviar o foco das investigações. Lucas de Souza, um dos filhos envolvidos na execução do crime, foi assediado para trocar depoimento e dar outras versões, escrevendo uma carta. “Havia conversas diretas da deputada sobre a confecção dessa carta”.

Em sua defesa, Flordelis tem afirmado que existe erro na conclusão das investigações e alega que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. Segundo ela, a mandante do assassinato foi sua filha Simone.

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Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca