Em audiência pública de lançamento realizada nesta sexta-feira (11/05), a Frente Parlamentar em defesa do setor elétrico da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) condenou o processo de privatização da Eletrobrás. A direção da associação de empregados da Eletrobrás afirmou que vai promover uma greve conjunta com empregados do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Petrobrás.
O evento foi um esforço conjunto dos deputados estaduais membros da frente parlamentar em articulação com deputados federais contrários à venda da companhia. Os deputados presentes repudiaram a atuação do relator do Projeto Lei 9463/18 que privatiza a Eletrobrás, o parlamentar federal José Carlos Aleluia (DEM-BA), por ter emitido parecer favorável antes mesmo do encerramento do ciclo de audiências públicas previstas para debater o tema.
O deputado estadual Carlos Minc (PSB), presidente da Frente Parlamentar da Alerj, argumentou que a economia anunciada pelo governo com a venda da Eletrobrás não será verdadeiramente efetiva para o saneamento das contas públicas. “ O Governo Federal estima que deve arrecadar R$ 9 bilhões com a venda da Eletrobrás, mas anistiou R$ 11 bilhões em dívidas previdenciárias dos ruralistas” , denunciou.
O representante dos trabalhadores de Furnas, Victor Costa, destacou a importância da empresa para a segurança energética do país. “Essa luta nossa é muito mais que uma luta corporativa por emprego. É pra chamar atenção da população para os riscos que isso representa para o Brasil. Essa privatização é um perigo claro de oligopólio privado no setor, porque a Eletrobrás gera um terço da energia brasileira. São 233 usinas e 50% dos reservatórios nacionais.”, alertou.
O deputado federal Alessandro Molon (PSB) apontou que a alienação da Eletrobrás deve aumentar os preços da tarifa e prejudicar as possibilidades de desenvolvimento do país. ”Privatizar a Eletrobrás vai aumentar a conta de luz trazendo um prejuízo para milhões de consumidores e para o desenvolvimento da economia nacional”, afirmou.
Emanuel Mendes, diretor da associação dos empregados da Eletrobrás, declarou que os movimentos sociais contrários à privatização pretendem articular uma greve geral envolvendo demais trabalhadores de empresas públicas. “Queremos construir uma greve com os trabalhadores da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Empresas que estão sob risco de privatização”, avisou.