Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) rejeitaram um pedido da defesa da ex-deputada Flordelis para afastar a juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói.
A suspeição foi proposta pela defesa de Flordelis, que alegou quebra da imparcialidade da magistrada na condução do processo que apura a morte do pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019.
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Na decisão, o desembargador Celso Ferreira Filho afirmou que “firmeza não deve ser confundida com falta de urbanidade, assim como instrução escorreita, respeitando-se prazos, procedimentos e horários, não se transmuda em constrangimento ilegal”.
O desembargador criticou ainda as tentativas da defesa de Flordelis de levantar a suposta imparcialidade da juíza. Segundo ele, essa medida é “censurável” porque retarda e prejudica o andamento do processo.
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“As partes podem ficar insatisfeitas com as decisões que contrariem os seus interesses, mas existem as vias recursais para reexame da questão. O direito, porém, não tolera que os inconformismos venham travestidos de alegações levianas de parcialidade contra o magistrado”, conclui o magistrado.
Prisão
Flordelis foi presa no dia 13 de agosto em sua casa, em Niterói, e agora está no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. A prisão foi decretada no dia seguinte à perda do mandato parlamentar na Câmara dos Deputados. Na sequência, Flordelis foi também expulsa do PSD.
O pastor Anderson do Carmo foi morto com mais de 30 tiros na garagem da casa em que morava com a pastora e ex-deputada Flordelis e mais 55 filhos no município de Niterói, na região metropolitana do Rio. Ela é apontada como mandante do crime.
Em dois anos, a investigação, liderada pela Delegacia de Homicídio de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí, expôs uma trama familiar repleta de briga, traição, abuso sexual e tentativa de homicídio no núcleo familiar de Flordelis.
Ao todo, sete filhos do casal, três afetivos, um adotivo e três biológicos estão presos pelo crime, assim como uma neta da ex-deputada.
Flordelis era a única acusada que não estava presa devido à imunidade parlamentar. Além da pastora, seus filhos e neta, também são réus um ex-policial ligado à família e sua esposa. Todos já foram pronunciados pela Justiça e irão a júri popular.
Edição: Eduardo Miranda