O deputado federal Chiquinho Brazão, apontado pela Polícia Federal (PF) como um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, enfrentou uma queda significativa em seu capital político nas eleições anteriores ao crime, especialmente em sua região de influência na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O que você precisa saber
- Nas eleições municipais de 2012 e 2016, Chiquinho Brazão viu uma redução no número de votos em seu reduto eleitoral, enquanto Marielle Franco experimentou um crescimento em sua base de apoio.
- Em 2012, Chiquinho obteve mais de 35 mil votos, mas em 2016 seu total caiu para 23.923, enquanto Marielle alcançou a quinta posição entre os vereadores mais votados do Rio, com 46.502 votos.
- A maior queda no número de eleitores de Chiquinho ocorreu na Zona Eleitoral 180, passando de 8.188 votos em 2012 para 4.696 em 2016, refletindo um declínio em seu apoio político.
- Marielle venceu Chiquinho em parte de seu reduto eleitoral na Zona Oeste do Rio, obtendo maior votação em bairros como Vargem Grande, Curicica e Freguesia.
Queda de votos e crescente apoio a Marielle
A análise dos resultados eleitorais revela que Chiquinho Brazão perdeu votos em todas as zonas eleitorais de sua região, indicando um declínio em seu apoio político local. Esse declínio coincidiu com o crescimento da popularidade de Marielle Franco, que obteve uma votação expressiva nos mesmos bairros onde Brazão tradicionalmente angariava apoio.
Impacto nas comunidades dominadas por milícias
O relatório da Polícia Federal sobre o assassinato de Marielle Franco destacou a intensa interação da família Brazão com grupos paramilitares, especialmente em comunidades como Rio das Pedras e Jacarepaguá. Essas áreas, historicamente controladas por milícias, são consideradas redutos políticos da família Brazão, onde apenas políticos autorizados pelos milicianos têm acesso. A influência desses grupos pode ter contribuído para a dinâmica eleitoral na região, afetando o desempenho de Chiquinho Brazão nas urnas.