O plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi palco de uma celebração marcante nesta terça-feira (16), com o som do atabaque e danças afro-brasileiras, durante a sessão solene que concedeu a Medalha Tiradentes à intelectual Helena Theodoro, reconhecida como a primeira doutora negra do país.
O que você precisa saber
- Helena Theodoro recebe Medalha Tiradentes em sessão solene na Alerj.
- Homenagem destaca sua trajetória como pesquisadora e ativista.
- Atividades culturais afro-brasileiras marcam o evento.
Homenagem e Reconhecimento
A iniciativa de homenagear Helena Theodoro, referência em pesquisa sobre história e cultura afro-brasileiras, partiu da deputada estadual Renata Souza (PSOL). A sessão, que contou com a presença de ativistas de movimentos negros, foi marcada por discursos que destacaram a trajetória de luta da homenageada.
Palavras de Reconhecimento
Renata Souza, ao entregar a medalha, enfatizou a importância de Helena Theodoro como líder do movimento negro e destacou sua origem carioca e sua contribuição para a história e cultura afro-brasileiras. Por sua vez, Helena ressaltou a importância da troca de experiências entre as gerações e seu compromisso com a igualdade racial.
Legado e Projetos Futuros
Aos 80 anos, Helena Theodoro, que iniciou sua carreira aos 15 na Rádio MEC, mantém planos profissionais, como a produção de um musical baseado em seu livro “Martinho da Vila: Reflexos no Espelho”. Ela também defendeu a ideia de autodeterminação das pessoas, inspirada na filosofia africana Ubuntu.
Reconhecimento Municipal
Além da Medalha Tiradentes, Helena Theodoro recebeu a Medalha Chiquinha Gonzaga, concedida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A homenagem reconhece personalidades femininas que se destacaram em causas democráticas, humanitárias, artísticas e culturais.
Participação na Constituinte
Helena Theodoro foi lembrada por sua participação na Assembleia Nacional Constituinte, ao lado da ativista Lélia Gonzalez, como uma das poucas mulheres negras que tiveram voz no processo de elaboração da Constituição de 1988. Suas palavras à época ressoam como um manifesto pela igualdade e pelo poder de transformação do país.