Em mais uma atuação como presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro adotou um discurso que lembra o de uma candidata em evento realizado no Rio de Janeiro neste sábado.
Além de atacar o ex-presidente Lula e o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, ela questionou a conclusão da Polícia Federal sobre o atentado a Bolsonaro em 2018, insinuando a existência de um plano para retirá-lo da disputa.
Em um discurso inflamado e efusivo, Michelle apenas não citou as investigações em curso na Polícia Federal sobre as joias, que ganharam um novo capítulo com o envio de documentação dos Estados Unidos em que a Delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ganha ainda mais força e credibilidade.
Michelle criticou a cama em que Lula dorme, dizendo que ele não quer mais dormir em cama de madeira, mas não falou sobre as revelações de Cid de que ela e Eduardo incitavam os atos golpistas.
A ex-primeira-dama também criticou a Linguagem neutra e o ministro Silvio Almeida, dizendo que o mesmo seria “Amigue de Bandides”, mas não comentou a relação da família Bolsonaro com Fabricio Queiroz, envolvido em um esquema de rachadinhas em Gabinete da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e as revelações e ameaças feitas pelo mesmo à família dela. E, claro, Michelle também não falou nada sobre cheques.
A memória de Michelle parece estar tão afetada, que ela também não comentou a proximidade dela e de seu marido com o deputado Zé Trovão, que nesta semana foi denunciado pela companheira de violência doméstica.
E por fim, ao se referir a Silvio Almeida como “Amigue de Bandides”, Michelle poderia ter feito pelo menos uma menção honrosa as mais de 15 medalhas de mérito entregues por seus familiares a policiais envolvidos com a milicia do Rio de Janeiro. Mas claro, ela deve ter tido um lapso de memória.
O que você precisa saber:
- Michelle Bolsonaro, em evento do PL Mulher, adota discurso crítico e ataca Lula e Sílvio Almeida.
- Questiona conclusões da Polícia Federal sobre o atentado a Bolsonaro em 2018.
- Critica viagens e gastos de Lula ao exterior, autodenominando-se como “a pessoa mais perseguida do Brasil”.
- Evento lota anfiteatro na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Críticas a Lula e Sílvio Almeida
No evento, Michelle Bolsonaro direcionou suas críticas não apenas a Lula, destacando os gastos em suas viagens internacionais, mas também ao ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida. Sem citar o nome do ministro, ironizou a atuação da pasta, sugerindo que agora trabalha “para os bandidos”, em uma crítica ao uso da linguagem neutra.
Questionamentos sobre Atentado
A primeira-dama levantou questionamentos sobre o atentado contra Bolsonaro em 2018, sugerindo que Adélio Bispo de Oliveira não agiu sozinho e insinuando a existência de um plano para tirar o presidente da disputa.
Polêmica com Sílvio Almeida
Michelle tenta vincular Sílvio Almeida ao crime organizado, mencionando a participação de Luciane Barbosa Farias, esposa de um homem condenado por tráfico, que foi usada em Fake News, em um evento dos comitês do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura.
Contudo, esconde que a viagem faz parte de um programa com orçamento próprio no Brasil, existente há bastante tempo, criado após condenação do país pela ONU por violação de direitos humanos nas prisões