A Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) prenderam, hoje (30), 33 pessoas em operação contra a atuação de milicianos na zona oeste do Rio de Janeiro. Chamada de Intocáveis II, a ação investiga grupos que atuam principalmente nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema.
Entre os presos, estão três policiais civis e cinco policiais militares. Um dos agentes civis detido é Jorge Luiz Camillo Alves, da 16ª DP (Barra da Tijuca). Nas investigações, o MP-RJ encontrou conversas telefônicas entre o suspeito e Ronnie Lessa, que foi preso acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
“O conteúdo do diálogo é um tanto quanto sugestivo e indicativo. O Ronnie Lessa se referia a este policial como o amigo da 16ª”, disse a promotora Simone Sibilio.
A Intocáveis II é um desdobramento da Operação Intocáveis, realizada em janeiro do ano passado. Os investigadores usaram informações da Operação Lume, de março do ano passado, quando foram presos Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. A partir de celulares e computadores apreendidos na época, os agentes puderam chegar aos 45 denunciados.
A operação contou com o apoio dos ministérios públicos do Piauí (estado em que foram presas quatro pessoas) e da Bahia (onde houve uma prisão). Também foram apreendidos armas, munições e R$ 13 mil.
Dos cinco policiais militares detidos, quatro estavam na ativa e um na reserva. Também foram presos hoje dois homens que foram expulsos da PM, e um policial militar continua foragido.
As investigações conseguiram separar a quadrilha em diversos núcleos: policial, financeiro e até de pessoas usadas como laranjas.
Ainda segundo as investigações, os policiais militares atuavam no comando da milícia, enquanto os policiais civis recebiam propinas para não darem continuidade nas investigações.