A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou 100 policiais militares baleados em 2022. De acordo com o levantamento do Instituto Fogo Cruzado, 40 agentes morreram e outros 60 ficaram feridos. Segundo a pesquisa, dos 100 policiais, 52 foram atingidos quando estavam em serviço: 12 deles morreram e outros 40 ficaram feridos. Fora do exercício profissional, o levantamento apontou que 47 policiais foram baleados, um agente foi atingido em circunstância não informada. A diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, alerta para a falta de registros do governo do Rio para casos de agentes alvejados fora do trabalho. “O governo não produz dados sobre seus agentes vítimas da violência quando estão fora de serviço. O Fogo Cruzado monitora esse dado há seis anos porque ele é fundamental para entender como os policiais estão expostos, mesmo fora das corporações. São dados estarrecedores que não podem ficar escondidos. Deveria ser uma preocupação do poder público proteger seus agentes. Uma política de segurança pública comprometida com a vida dos agentes precisa tomar isso em conta", explica. Leia mais: Áreas dominadas pelas milícias no Rio de Janeiro cresceram 387,2% entre 2006 e 2021 De acordo com o instituto, este ano, 34 policiais foram baleados quando estavam de folga, totalizando 18 mortos e 16 feridos, e outros 13 eram aposentados ou exonerados, contabilizando nove mortos e quatro feridos. “A tecnologia pode ser um instrumento usado no combate a esse apagão de dados sobre violência armada e uma ferramenta para democratizar o debate sobre segurança e estimular a participação cidadã na construção de políticas públicas”, opina Couto. Leia mais: Acesso a armas e munições por PMs da reserva pode beneficiar a milícia no RJ O Rio de Janeiro foi o município da região metropolitana a concentrar a maior parte das vítimas. Foram 62 baleados na capital fluminense: 22 mortos e 40 feridos. Duque de Caxias, (10 baleados), São Gonçalo (6), Belford Roxo (5) e Maricá (4) completaram o ranking. Além do risco que a categoria é exposta no dia a dia, os PMs também enfrentam problemas relacionados ao cuidado da saúde mental. Até 2019, um levantamento mostrava que a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) contava em média com um psicólogo para cada 577 policiais militares na ativa. Edição: Jaqueline Deister
Região metropolitana do Rio de Janeiro regista 100 policiais baleados em 2022
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca