No primeiro semestre de 2023, o Brasil obteve saldo comercial de US$ 45,1 bilhões e o estado do Rio de Janeiro, de US$ 6,9 bilhões, mantendo-se em segundo na corrente de comércio, com um total de US$ 32,6 bilhões, recuo de 3% frente ao ano anterior. As exportações fluminenses somaram US$ 19,8 bilhões, queda de 5% de janeiro a junho, ante mesmo período de 2022. O destaque foi o crescimento de 70% no setor de máquinas e equipamentos (US$ 308 milhões), devido ao aumento de 91% das vendas de torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes (US$ 192 milhões). Os dados fazem parte do Boletim Rio Exporta, edição de julho, elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Para Rodrigo Santiago, presidente do Conselho Empresarial de Relações Internacionais da Firjan, os dados demonstram a capacidade da indústria fluminense de reagir e se aquecer rapidamente para atender o mercado mundial. “A resiliência é uma das principais características da indústria do Rio de Janeiro, sempre resistente às turbulências internas e externas. Temos logística, temos produção e sabemos responder com eficiência às demandas e oscilações do mercado”, avalia Santiago.
A venda externa de produtos industriais de maior valor agregado do setor de máquinas e equipamentos teve crescimento para Noruega, do grupo EFTA (que inclui também Islândia, Suíça e Liechtenstein). “O Brasil negocia um acordo comercial com este bloco, que representaria maior competitividade das exportações fluminenses no acesso a esses mercados. Destaca-se também que recentemente uma delegação empresarial suíça visitou o Rio, com o objetivo de desenvolver parcerias entre os países, principalmente nas áreas de energia limpa e infraestrutura”, analisa Giorgio Rossi, coordenador da Firjan Internacional.
Importações fluminenses registram leve alta
As importações fluminenses somaram US$ 12,8 bilhões, com leve alta de 2% no 1° semestre, ante o mesmo período de 2022. Houve um aumento de 60% nas compras da indústria de Metalurgia, com destaque para tubos de ferro fundido, ferro ou aço e seus acessórios, vindos em grande parte do mercado alemão.
No primeiro semestre, as exportações de petróleo totalizaram US$ 14,6 bilhões, queda de 9% em comparação ao mesmo período de 2022, devido ao recuo de 19% dos envios ao mercado português e de 8% ao Chile, que é nosso terceiro maior destino. Já as vendas para Singapura cresceram 49%. As importações também caíram (11%), mas houve aumento de 413% dos desembarques de óleos brutos de petróleo provenientes da Guiana.
Já as exportações exclusive petróleo aumentaram 7%, alcançando US$ 5,2 bilhões neste 1º semestre, devido à alta de 257% dos envios para o EFTA, de 34% à Ásia e de 35% para o México. Nas importações exceto petróleo, houve incremento de 4%, influenciado pelo aumento de 72% das compras da Aladi. Destaca-se a alta de 418% das compras oriundas da Colômbia (coques e semicoques). “Brasil e Colômbia possuem acordo comercial assinado, mas ainda não ratificado pelo Congresso Nacional. Essa é uma das demandas da Agenda 4.0 da Firjan”, lembra Rossi.
O índice Preço das exportações fluminenses diminuiu 19% em comparação ao mesmo período de 2022, enquanto o índice Quantum cresceu 11%. Um exemplo é o setor de Máquinas e Equipamentos, no qual houve aumento de 83% da quantidade enviada ao mercado internacional e queda de 7% em relação ao preço das vendas.