O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou nesta segunda-feira (01/06) a retomada gradual e responsável das atividades econômicas na cidade a partir desta terça-feira (02/06). Com total preocupação em preservar vidas, todas as seis fases do processo serão acompanhadas por um Comitê Permanente de Gestão e Execução do Plano de Retorno, que atuará com muito diálogo e transparência. A decisão pela adoção desse planejamento foi unânime por parte do comitê médico-científico que assessora a Prefeitura.
Pessoas com outras doenças só eram levadas em estado crítico para hospitais, com medo da Covid-19 — e não resistindo
– O afastamento social é importante para evitar contágio. Precisamos ter equilíbrio e contar com a colaboração de todos. Mas temos que nos preocupar com outras comorbidades. Estamos com pacientes graves de outras doenças que nada têm a ver com coronavírus, mas que, com medo de contaminação, deixaram de ir aos hospitais e estão morrendo. O isolamento social deixa por exemplo esses efeitos colaterais. Temos que nos atentar e preocupar com todos – explicou o prefeito.
Tudo será monitorado; se for necessário, haverá recuos
Crivella lembrou que tudo será acompanhado pelos gabinetes de crise e científico que assessoram a Prefeitura e haverá também conselhos Econômico e Social e de Comunicação, com subconselhos setoriais.
– A Prefeitura está tranquila para adotar tais medidas pelo fato de que fizemos as medidas necessárias, aceleramos nosso processo e nossos números de capacidade de atendimento melhoraram muito. Mas vamos monitorar para ver as mudanças e tomar medidas urgentes em caso de necessidade – afirmou Crivella.
Número de leitos de UTI e de enfermaria é fundamental para a reabertura
Entre os pontos variáveis para a adoção do planejamento, há a avaliação de número de leitos de UTI e de enfermaria, número de internações, óbitos e novos casos. Por isso, é fundamental que todas as redes de saúde (municipal, estadual, federal e privada) estejam em sintonia, bem como o apoio da população.
– Tivemos notícias de que a rede privada de saúde estava fechando unidades de tratamento da Covid-19. Vamos conversar com os hospitais particulares, pedir que deixem leitos reservas e não fechem todo o sistema – disse o prefeito.
Evitar aglomerações é fundamental
Segundo o superintendente de Educação da Vigilância Sanitária do Rio, Flávio Graça, além dos comitês de crise e científico da Prefeitura, mais de 50 técnicos de todas as áreas da administração participaram do planejamento de reabertura. Entre os critérios levados em consideração estão o número de pessoas aglomeradas em espaços fechados; o grau de interação e compartilhamento de produtos; a impossibilidade de afastamento; a probabilidade de propagação; e a geração de emprego.
Decreto de reabertura parcial e monitorada será publicado no DO desta terça-feira (02/06)
O decreto municipal que permite a reabertura será publicado no Diário Oficial desta terça-feira (02/06) e o setor de serviços será o principal beneficiado nesta primeira fase.
O comércio de rua ainda não poderá abrir as portas, com exceção, por exemplo, de lojas de automóveis, móveis e decoração. As lanchonetes, bares e restaurantes continuam apenas no sistema delivery e take away.
Ações em conjunto com o Estado
De acordo com o prefeito, ele conversou com o secretário estadual de Saúde, Fernando Ferry, e há uma série de ações em conjunto. A Prefeitura vai receber, esta semana, mais respiradores e equipamentos vindos da China e, como anteriormente, poderá ceder à rede estadual.
– Estamos trabalhando sempre em favor da vida, em favor da segurança. Todas as nossas informações e capacidade foram calculadas para atender cerca de 11 milhões de cidadãos – disse Crivella, referindo-se não somente aos cariocas, mas também a moradores de outras cidades da Região Metropolitana.
Todos os setores econômicos que não seguirem os critérios e as regras de convívio para a reabertura serão multados pela Vigilância Sanitária e órgão fiscalizadores da Prefeitura, podendo até ter alvará de funcionamento cassado