A concessionária Supervia anunciou que a tarifa do trem no Rio de Janeiro será reajustada para R$ 5,90 a partir de 1º de julho. O aumento foi autorizado em dezembro do ano passado pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), que também liberou o reajuste para o metrô.
Em fevereiro, uma mobilização de movimentos populares, entidades estudantis e sindicatos junto ao Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) possibilitou um acordo no qual o reajuste seria de R$ 4,70 para R$ 5, sob o argumento de que “se houvesse o aumento previsto, o sistema perderia passageiros e não atingiria a receita que eles precisavam”.
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Na última terça-feira (1º), contudo, a Supervia informou, em nota, que se tratava de um desconto temporário após semanas de negociação com o governo estadual e que o novo reajuste visa ao reequilíbrio econômico-financeiro da concessão por conta da frustração de receita.
Segundo a concessionária, “a crise gerada pela pandemia do novo coronavírus expôs o alto custo operacional e de manutenção do sistema ferroviário de passageiros fluminense”.
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A Supervia alega que transportava 600 mil passageiros por dia, mas que esse número caiu para 300 mil após março de 2020, com as medidas de contenção à covid-19 no estado. “A queda de demanda já chegou a 70% e hoje se estabilizou em 50%. A perda financeira é de mais de R$ R$ 472 milhões”, acrescentou a empresa.
Custo
O aumento de R$ 4,70 para R$ 5,90 representa um aumento de gastos de R$ 48 para quem precisa utilizar apenas o trem como transporte em uma viagem de ida e volta de segunda a sexta. Para o trabalhador e a trabalhadora que usa a malha ferroviária de segunda a sexta, duas vezes ao dia, o gasto de R$ 236 representa quase 25% do salário mínimo de R$ 1.045.
Em um estudo recente, a Casa Fluminense considerou “reajuste abusivo” os aumentos que vêm sendo autorizados pela Agetransp. Segundo o movimento, em alguns casos trabalhadores podem comprometer até um terço da renda com transporte público utilizado para ir ao trabalho. Além do aumento de tarifa, a Casa Fluminense vem alertando para a falta de integração entre os modais (metrô, trem, ônibus).
Edição: Eduardo Miranda