Xangô da Mangueira, um pensador do samba e carnaval que faz falta no Sambódromo da Marquês de Sapucaí

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XANGÔ DA MANGUEIRA
XANGÔ DA MANGUEIRA

Valorizar é preservar a memória de um povo em tempos de esquecimento. Nos quarenta anos do Sambódromo do Rio de Janeiro é preciso lembrar de Xangô da Mangueira que trouxe novidades para a apresentação das escolas de samba. Ele preparou o chão do carnaval e plantou semente que na comemoração dos 40 anos do Sambódromo Marquês da Sapucaí o povo colhe bons frutos.

A sonorização do desfile, a marcação do chão da avenida, o recuo da bateria e a criação das alas reunidas, são apenas partes da tradição que ficou assinada pelo importante maestro das inovações na avenida. “Quem me ensinou sabia!”, já dizia ele que foi discípulo de Paulo da Portela e Cartola.

Seu Olivério Ferreira (Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1923 – Rio de Janeiro, 7 de janeiro de 2009), o Xangô da Mangueira, cantor, compositor e eterno diretor de harmonia mangueirense, tem grande importância para a maior festa do planeta por sua luta pela criação de um espaço fixo para abrigar o sambista com conforto e segurança. Da Portela, ele chegou à Mangueira nos anos 40 após teste para ser o intérprete da agremiação verde e rosa e depois passa o bastão para Jamelão.

XANGÔ DA MANGUEIRA
XANGÔ DA MANGUEIRA – Foto: Reprodução

Quatro décadas da construção da Marquês da Sapucaí, o mundo está diante de uma festa que não enaltece o pensador do samba que contribuiu muito para o sucesso da arquitetura de Oscar Niemeyer. Isso mostra que o Brasil não é um país que respeita sua memória cultural, incluindo o carnaval que é a grande manifestação popular na avenida.
O grande avanço no desfile das escolas de samba tem a criatividade de Xangô da Mangueira. Tem som do apito do gênio do carnaval dando novos ares à evolução dos integrantes da agremiação mangueirense e abrindo caminho para outras coirmãs.
O carnaval sem Xangô da Mangueira ser lembrado nas comemorações dos 40 anos do Sambódromo no Rio de Janeiro é um evento que não acende todos os holofotes. O Diretor de Harmonia deu luz ao desfile das escolas de samba.

Posso dizer sem medo de errar, Xangô tem ótima contribuição na criação da festa do Carnaval na avenida! “Ninguém até hoje inovou tanto apresentando identidade!”. Palavras dos sambistas que viveram na mesma época do estilista do samba, improvisador, especialmente no partido-alto.

A maior festa popular tem, sim, a marca do Mestre mangueirense na Marquês de Sapucaí!

Sônia Julianelli Ferreira – viúva de Xangô da Mangueira