O estado do Rio de Janeiro registrou um aumento de 587% nos casos prováveis de dengue nas três primeiras semanas de janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. O número de notificações chegou a 9.963, com oito das nove regiões do estado com números acima da média.
O que você precisa saber:
- O estado do Rio de Janeiro registrou um aumento de 587% nos casos prováveis de dengue nas três primeiras semanas de janeiro de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.
- O número de notificações chegou a 9.963, com oito das nove regiões do estado com números acima da média.
- O governo do estado está preparando ações de combate à doença, incluindo a aquisição de equipamentos e insumos, a conversão de leitos hospitalares e o treinamento de profissionais de saúde.
Ações do governo:
O governo do estado do Rio de Janeiro está preparando ações de combate à dengue, incluindo a aquisição de equipamentos e insumos, a conversão de leitos hospitalares e o treinamento de profissionais de saúde.
O governo adquiriu equipamentos e insumos a serem distribuídos a cidades com maior incidência de casos para montagem de 80 salas de hidratação, que terão capacidade para atender, ao todo, até oito mil pacientes por dia. O investimento envolvido alcança R$ 3,7 milhões.
O estado poderá também converter 160 leitos de nove hospitais para tratamento da doença, como ocorreu durante a pandemia da covid-19. Outra iniciativa envolve o treinamento de dois mil médicos de emergências e profissionais de saúde dos 92 municípios, visando garantir o diagnóstico mais preciso e o tratamento correto, além de capacitação no atendimento às gestantes infectadas.
Circulação do vírus:
No Rio de Janeiro, circulam os sorotipos 1 e 2 do vírus que causa a dengue. Foi identificado um caso do sorotipo 4, mas sem circulação. O tipo 3 já está em circulação em Minas Gerais e São Paulo, e não é registrado no Rio desde 2007.
A Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde está monitorando os sorotipos circulantes nas rodovias que fazem a integração com outros estados do Sudeste. As amostras dos mosquitos são enviadas ao Laboratório Central Noel Nutels (Lacen).
Vacina:
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue chegará à população a partir de fevereiro. Em um primeiro momento, serão contemplados os municípios de grande porte com alta transmissão do vírus nos últimos dez anos. O público-alvo é formado por crianças e jovens de 10 a 14 anos e o esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de três meses.
Preocupação:
O diretor nacional de Infectologia da Rede D’Or, David Uip, disse que o crescimento é expressivo nos hospitais da rede nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo e no Distrito Federal.
“É um indicador preocupante, especialmente se for registrada a circulação de sorotipo 3, como tem sido visto em algumas cidades, o que aumenta o número de pessoas suscetíveis à doença. Isso não ocorria há 15 anos. O risco de crescimento contínuo do número de casos nos próximos meses é real. As pessoas que já tiveram dengue no passado podem apresentar sintomas mais severos”, opinou.
Para esse infectologista, é importante que a população esteja atenta aos principais sintomas da doença, como febre alta repentina, dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza e dor atrás dos olhos. Nesses casos, é importante procurar assistência hospitalar especializada.
David ressaltou também a importância da adoção de medidas recomendadas por autoridades sanitárias, evitando recipientes com acúmulo de água parada nos domicílios para que o vetor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, não encontre ambientes propícios para proliferação.
Com Informações da Agência Brasil