O Zé Gotinha está nas redes sociais! Como reforço das ações de comunicação para a retomada das altas coberturas vacinais no Brasil, o Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (8), os perfis oficiais do Zé Gotinha no Instagram, Threads e Tik Tok. A reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS), da confiança nas vacinas e da cultura de vacinação do país são prioridades do governo federal.
Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, este é um momento importante na história da imunização. “O símbolo brasileiro da vacinação entra para o universo digital. O personagem que já está presente nos eventos do Ministério da Saúde, nos estados e municípios, agora terá um espaço nas redes. Com essa ação, poderemos ampliar ainda mais nossa mensagem sobre a importância de se vacinar”, defende.
De acordo com o médico e diretor do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis, Eder Gatti, essa novidade vai dar mais alcance às iniciativas da pasta, amplificando campanhas e ações sobre o tema. “O Zé Gotinha tem a importante missão de ajudar a conscientizar e sensibilizar a população. Agora presente nas redes sociais, mais pessoas poderão compartilhar essa mensagem”, enfatiza.
Recurso inédito de R$ 151 milhões vai apoiar vacinação nos estados e municípios
O Ministério da Saúde destinou mais de R$ 151 milhões a estados e municípios para incentivar as ações de multivacinação de crianças e adolescentes em todo o país. Esse recurso faz parte das ações de microplanejamento, voltado a realização de diagnóstico e ações locais para ampliar a vacinação.
A ação é inédita e considerada um diferencial para a retomada das altas coberturas vacinais, assim como o planejamento na ponta e a concentração de esforços nos locais onde as taxas de imunização estão mais baixas.
No microplanejamento, o Ministério da Saúde trabalha com estados e municípios para melhorar o planejamento das ações de vacinação. Equipes da pasta vão aos estados para participar das ações deste método, como a análise da situação dos dados (características geográficas, socioeconômicas e demográficas locais), definição de estratégias de vacinação (intra e extramuro), seguimento e monitoramento das ações e avaliação de todo o processo da vacinação para o alcance das metas.
A ideia é que o município se organize e se planeje considerando a sua realidade local. Neste sentido, a estratégia de imunização será adaptada conforme a população, a estrutura de saúde, a realidade socioeconômica e geográfica. Entre as estratégias que podem ser adotadas através do microplanejamento pelos municípios, estão a vacinação nas escolas, a busca ativa de não vacinados, vacinação em qualquer contato com serviço de saúde, vacinação extramuros, checagem da caderneta de vacinação e intensificação da vacinação em áreas indígenas.
Movimento Nacional pela Vacinação
O Movimento Nacional pela Vacinação foi lançado em fevereiro pela nova gestão do Governo Federal, com o objetivo de retomar as altas coberturas vacinais do Brasil. Com a mensagem “Vacina é vida. Vacina é para todos”, a mobilização inclui vacinação contra a Covid-19 e outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação em várias etapas.
Saiba como nasceu o símbolo da imunização do Brasil
O Zé Gotinha, hoje com 37 anos, representa a defesa e a mobilização pela vida. Ele foi criado pelo artista plástico Darlan Rosa, em 1986. Na época, o Brasil fazia parte de um consórcio de países latino-americanos unidos pela erradicação da poliomielite. A meta era concluir o feito até 1990 e, por isso, o escultor desenhou duas gotinhas, representando a vacina da polio, para ser símbolo da imunização.
O foco de Darlan foi criar um símbolo universal, que pudesse ser facilmente reproduzido pelos profissionais de saúde e pelas próprias crianças. “Na época, tudo era feito manualmente e os profissionais do postinho desenhavam os avisos para convidar as crianças ou informar os pais, por isso, era tão importante que meu personagem fosse simples. O Zé Gotinha, nesta fase, não tinha detalhes no pezinho e na mão justamente para que fosse reproduzido por qualquer pessoa”, reforça.
O carisma do personagem foi um sucesso. O artista plástico percorreu as regiões do país em oficinas em que ensinava como desenhar o Zé Gotinha e conversava com os profissionais aplicadores de imunizantes. “Os profissionais que trabalharam comigo compraram a ideia e pediram ao Ministério da Saúde que o personagem estivesse nas campanhas, pois, nesse momento, já era algo que as pessoas conheciam e as crianças gostavam”, descreve Darlan.