Caracas, 14 out (EFE) .- O sindicato venezuelano Monitor Salud denunciou nesta quinta-feira que 4.447 trabalhadores do setor de saúde do país caribenho foram infectados com covid-19, entre novembro de 2020 e setembro de 2021.
"De acordo com dados coletados em 75 centros de saúde distribuídos em 20 estados e na Capital, pelo menos 4.447 trabalhadores da saúde foram infectados pelo Covid-19", disse a organização em sua conta no Twitter.
Março foi o mês com mais casos registrados, com 628, coincidindo com a segunda onda de infecções que o país caribenho experimentou na época.
Agosto foi o segundo mês com maior número de infecções, com 533, seguido por abril com 511 e maio com 501, enquanto em setembro foram registrados 457 casos.
No início de outubro, a ONG venezuelana Médicos Unidos informou que 756 trabalhadores da saúde morreram de covid-19 desde o início da pandemia.
A organização explicou que seus relatórios são baseados em "critérios clínicos, epidemiológicos, radiodiagnósticos", bem como laboratoriais "atualizados, e não estão necessariamente incluídos nos relatórios dos porta-vozes" do Governo.
"O objetivo é a prevenção de pessoal e evidências de falhas", concluíram.
Da mesma forma, o Monitor Salud denunciou na segunda-feira que registrou 625 ameaças ao pessoal de saúde dos diferentes hospitais da Venezuela, entre 1º de janeiro e 30 de setembro de 2021, por exigir e reivindicar seus direitos.
"Contamos de janeiro até agora este ano 625 ameaças aos profissionais de saúde, simplesmente por protestar", disse Mauro Zambrano, líder desta organização que reúne inúmeros funcionários do setor.
Em uma coletiva de imprensa, Zambrano descreveu como "muito grave" a situação vivenciada pelos funcionários dos hospitais venezuelanos e disse que estes são casos que geram "medo" entre os trabalhadores e em que "não há consequências" para aqueles que executam o suposto assédio.
De acordo com o cálculo da organização, a região oeste é onde o maior número de ameaças foi registrado com 267, em nove dos 24 centros de saúde da região monitorados.
É seguido pela região leste, com 264 ameaças, e pela região central, onde têm 94, segundo o sindicato.
"Nós só queremos respostas. Não podemos continuar prestando serviço e dar nossas vidas, e não sermos ouvidos. Não temos ninguém para nos ouvir neste momento e que, também quando você chega a um posto de saúde, eles te ameaçam", disse Zambrano.
O líder sindical acrescentou que as ações contra os trabalhadores da saúde incluem suspensões de seus salários, mesmo quando são relatados doentes ou com sintomas de covid-19.