Metaverso: cinco questões que moldam a próxima fronteira da experiência humana

Diário Carioca

O conceito metaverso está se desenvolvendo e ainda há muitas dúvidas sobre como será utilizado e as oportunidades que irá proporcionar. O desafio para empresas, governos e sociedade é navegar nesta próxima era tecnológica e inaugurar a fronteira da experiência humana. “A convergência do físico e do digital no metaverso apresenta oportunidades interessantes, mas também desafios críticos”, afirma Nicola Bianzino, diretor global de Tecnologia da EY.

Segundo ele, à medida que o metaverso se cruza com várias facetas das realidades físicas e digitais, surgem cinco questões-chave. A primeira é como o metaverso transformará as empresas. Enquanto as tecnologias convergentes estão abrindo o caminho para o metaverso, as experiências imersivas em 3D totalmente conectadas apresentam um cenário com oportunidades em todos os setores. “Embora o uso generalizado do metaverso como a principal interface de engajamento do cliente esteja provavelmente a alguns anos de distância, as empresas precisam começar a incluí-lo em sua visão de curto e longo prazo”, diz Bianzino.

A segunda questão é se os reguladores estão prontos. Para ele, os reguladores já estão “lutando para gerenciar as externalidades negativas das atuais tecnologias digitais”. Questões de coleta de dados pessoais, privacidade e deepfakes estão impactando significativamente a sociedade, bem como a forma como as empresas interagem com seus clientes e funcionários. “As leis atuais e os regulamentos de dados precisarão ser atualizados em vários vetores, desde acesso equitativo à segurança, responsabilidade, direitos de propriedade intelectual e digitais, bem como novos, como autorrepresentação honesta. Como seria uma regulamentação boa e justa e o que será necessário para que os reguladores avancem desta vez?”, questiona.

A reformulação das experiências centradas no ser humano é a terceira questão-chave, segundo Bianzino. “À medida que o metaverso surge no futuro como a principal interface tecnológica, também precisamos nos perguntar sobre o impacto no potencial vício em tecnologia e na saúde mental. Já existem preocupações nesses mesmos tópicos para a atual geração de tecnologias de mídia social e o metaverso tornará essa experiência ainda mais envolvente e potencialmente mais perigosa.”

Outra questão é sobre as novas dimensões que o metaverso poderá abrir para a sustentabilidade. Para Bianzino, tornar o metaverso uma realidade tecnológica exigirá uma nova infraestrutura e soluções líquidas zero. Além disso, se o consumo de produtos e experiências mudar para virtual ou digital, isso poderá afetar significativamente o consumo de recursos físicos e as emissões de gases de efeito estufa.
A última questão-chave é como as implementações do metaverso se desenvolverão em todo o mundo. “A internet já está balcanizada, operando sob regras diferentes em diferentes partes do mundo. De fato, a tecnologia está se tornando a nova base para a competição global e o metaverso não será poupado. Embora os padrões globalmente reconhecidos certamente vão emergir para permitir a interoperabilidade, os governos soberanos provavelmente intervirão como fizeram no mundo da Internet de hoje”, explica

Share This Article
Follow:
Equipe de jornalistas, colaboradores e estagiários do Jornal DC - Diário Carioca